25/05/2010 - 16h52

Serra e Marina intensificam críticas à candidatura de Dilma em sabatina

Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Candidatos participam de sabatina realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília

    Candidatos participam de sabatina realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília

Em sabatina organizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), realizada nesta terça-feira (25) em Brasília, os dois principais pré-candidatos da oposição à Presidência - José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) - aumentaram o tom das críticas à petista Dilma Rousseff. Embora todos concordassem na necessidade de uma reforma tributária no país, Serra criticou o posicionamento da ex-ministra da Casa Civil sobre as políticas monetária, fiscal e de tributos, enquanto a senadora do Acre criticou, em tom enfático, a própria pré-candidatura da petista e questionou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Dilma: tributos e desoneração

Em sua fala no evento da CNI, Dilma Rousseff chamou o sistema tributário brasileiro de "caótico" e destacou a necessidade de reformá-lo, chamando esta de "a reforma das reformas". "Temos de tentá-la de forma ampla e geral. Mas isso não impede que medidas pontuais sejam tomadas mais rapidamente. Senão a gente gasta uma energia política excessiva e não consegue nem uma coisa nem outra", disse a petista.

Ela defendeu ainda a desoneração dos bens de capital e da folha salarial das empresas, em nome do crescimento do setor produtivo., e disse que a grande meta do governo deve ser a erradicação da miséria absoluta, consolidando o Brasil como um "país de classe média". Para isto, a pré-candidata voltou a propor a melhor qualificação dos professores dos ensinos fundamental e médio, além de uma maior investimento no ensino profissionalizante, que seria descentralizado. Em relação ao empreendedorismo, a presidenciável novamente defendeu a criação de um ministério para micro, pequenas e médias empresas.


Serra: críticas a Dilma e a Lula

 

 José Serra disse aos empresários que o Brasil vive uma "desindustrialização" e criticou a queda da participação da indústria no PIB (Produto Interno Bruto) nacional. "Sem desenvolvimento industrial poderoso, o Brasil nunca será um país desenvolvido", afirmou. O tucano fez críticas diretas a Dilma. "Eu não entendi aqui a explicação que a ex-ministra deu quando ela defendeu a política cambial e os juros", afirmou. "Nós somos o país que tem a maior taxa de juros do mundo". Ele não poupou a administração federal. "Falta planejamento no investimento governamental. Falta capacidade de gestão e capacidade de fazer um sequenciamento. Se tudo é prioridade, nada é prioridade", disse.

Serra criticou ainda o que chama de "loteamento de cargos". Ele citou a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) e a Funasa (Fundação Nacional da Saúde) como exemplos de órgãos públicos prejudicados por indicações políticas. O pré-candidato também se disse favorável a fazer a reforma tributária, mas criticou o projeto que tramita no Congresso.

Marina: críticas a "despotismo" e PAC

Última pré-candidata a falar, Marina Silva se "apropriou" do slogan de Serra. "Nós sabemos que podemos fazer mais e melhor", disse, após afirmar que o Brasil "não pode aceitar o enquadre" de país exportador apenas de minérios e alimentos na economia mundial. A senadora acriana elogiou os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso, os quais, segundo ela, "não são gerentes", mas sim "lideranças políticas".

Ao criticar a indicação de Dilma como pré-candidata, Marina fez uma referência indireta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chancelou a candidatura da petista. "Na democracia, nenhum líder, por mais relevante, competente e forte que seja, pode oferecer para o seu povo um destino. Só os déspotas oferecem destino", disse enfaticamente, ganhando aplausos.

"[O Brasil] não pode ter lideranças que vêm aqui para dizer que farão mais do mesmo. Não podemos. Podemos antecipar o futuro. Podemos transitar para o Brasil do século 21", disse Marina.

A senadora atacou ainda o PAC. "Não temos um programa de infraestura para o Brasil. O PAC não é um programa, é uma colagem, uma gestão de obras. Não é um programa pensando o crescimento do Brasil", disse.

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