A pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, criticou nesta quarta-feira (19) a pulverização de emendas relacionadas à questão tributária, defendo uma discussão mais profunda que reúna as reivindicações dos Estados, Municípios e da União. Ela participou de debate durante a Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, organizado pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios), na capital federal.
"Não estamos mais no período de 'puxadinhos tributários'. O tempo todo se cria um puxadinho atrás do outro, não se encara o problema fundamental que é a reforma tributária. Isso já foi dito nos últimos 16 anos e o que eu defendo é uma espécie de convocação de uma constituinte exclusiva para as reformas que o Brasil precisa", disse.
A senadora prometeu que, caso seja eleita, pretende aumentar de 4% para 5% do PIB o investimento na educação, citando o apoio a uma idéia da criação de uma espécie de “SUS da educação” – um sistema único de apoio da educação infantil até a universidade.
“Meu comprometimento é de implementar [elevando a percentagem do PIB]. E com isso, poder também atender à necessidade histórica e estratégica das creches no Brasil”, disse a senadora, reafirmando que, tanto os debates da campanha quanto num futuro governo, se baseará no princípio da ética.
Com relação à saúde, Marina apóia a regulamentação da emenda 29, que vincula 10% das receitas da União aos gastos com saúde. A prática atual já vincula12% da arrecadação dos Estados para este fim e 15% dos municípios.
Marina também criticou a falta de políticas voltadas para prevenção de catástrofes ambientais, como as que ocorreram recentemente nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Segundo ela, desde a conferência do meio ambiente, ECO 92, no Rio de Janeiro, as estratégias já haviam sido anunciadas.
A pré-candidata admitiu que é vista com estranheza pelo eleitorado e pelos prefeitos presentes no debate, mas que não teme ser comparada a Davi, que enfrentou e ganhou do gigante Golias.
Mais uma vez, a pré-candidata utilizou uma metáfora para se referir à sua disposição de mudar e lutar pela defesa do meio ambiente. “É melhor ser relva no campo do que bonsai no palácio”, resumiu sobre o fato de ter coragem de sair de uma carreira de mais de vinte anos no Senado Federal para disputar com os candidatos do PT e do PSDB, com maior intenção de votos nas pesquisas eleitorais.