18/05/2010 - 11h41

"Segundo turno a gente discute no segundo turno", diz Marina sobre apoio

Do UOL Eleições
De São Paulo

A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira (18) que não tem posição sobre quem apoiar no segundo turno da eleição. "Segundo turno a gente discute no segundo turno", disse, durante entrevista ao programa de TV Painel RBS, da TVCOM, em Porto Alegre (RS).

"Não é uma eleição plebiscitária; vai ser um processo político", avaliou a senadora acriana. "Democracia é isso: no primeiro turno você escolhe o melhor, no segundo você se defende do pior", disse, arracando risos dos entrevistadores.

Segundo Marina, o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] do governo Lula "é uma colagem de obras". Na avaliação da pré-candidata, a segunda edição do PAC, lançada neste ano, "é uma carta de intenção de tudo que não foi feito nos oito anos do governo Lula". A senadora defendeu um modelo de "desenvolvimento sustentável" para a economia brasileira.

Ex-ministra do Meio Ambiente, a acriana disse não ter uma posição contrária aos transgênicos, e defendeu um "modelo de coexistência" com o cultivo de não-transgênicos. "Mas agora é praticamente tarde para termos esse modelo", lamentou.

Realinhamento

A ex-ministra do Meio Ambiente defendeu  um "realinhamento histórico" entre PT e PSDB em prol da governabilidade do País. "Esses partidos não conversarem é muito ruim para a democracia brasileira. Se eles conversassem, certamente conseguiriam uma base mínima de governabilidade, e com isso teriam o melhor de cada partido", analisou. "É assim que eu quero governar".

Sobre o acordo entre Irã, Brasil e Turquia firmado no último domingo (16) para a troca de material nuclear, Marina mostrou-se reticente. "Torço para que seja verdade o acordo, porque eu tenho uma cultura de paz", disse. "Agora, o Irã tem um estratégia de ganhar tempo, e esse acordo já foi feito no ano passado, mediado pela Rússia e pela França, e o Irã não cumpriu o acordo", ponderou.

Além disso, a pré-candidata mostrou-se favorável à redução da jornada de trabalho. "Continuo defendendo o princípio da reduação da jornada de trabalho, mas sem onerar o processo produtivo e sem criar um grupo de elite ao lado de um que está sem formalização", disse Marina. "Minha equipe está trabalhando para que possamos dar sequência a esse princípio sem tapar o sol com a peneira", afirmou.

Meritocracia

"Professor precisa de processo de formação continuada", defendeu Marina, ao ser questionada sobre o que faria na área da educação se fosse eleita em outubro.  "Sem o critério da meritocracia, sem o jargão da meritocracia, isso ficou desgastado", criticou, em referência às posições favoráveis à avaliação por desempenho. A senadora mostrou-se simpática à criação de escolas em tempo integral, mas sem que "as crianças percam os vínculos e os laços com a família".

Em relação à saúde no País, Marina disse que é preciso "acabar com os desvios" para melhorar o uso dos recursos destinados à área. "É preciso ter transparência, controle social. Agora, o SUS [Sistema Único de Saúde] é muito bom. É uma concepção defendida no mundo inteiro; o que falta é sua implementação", opinou.  Ela criticou a forma como os repasses de recursos para a saúde são feitos pela União aos municípios. "Tem que investir mais e melhor e botar foco no atendimento básico de saúde", defendeu. 

Copa de 2014

"Obviamente queremos que o Brasil possa brilhar na Copa e receber o mundo todo, mas esses investimentos tem de ter uma dupla qualidade; além de ser ambientalmente corretos, eles têm de ser socialmente justos", avaliou a senadora ao ser indagada sobre a utilização de dinheiro público para viabilizar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Marina considerou a realização do torneio "um bom investimento", e revelou aos entrevistadores ser "nominalmente palmeirense", para desgosto do pai, torcedor do Botafogo. "Desde aquela época eu tenho medo de fogo", brincou.

 

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