16/04/2010 - 16h20

Em Maceió, Serra defende atuação do governo federal nos Estados contra o crime organizado

Carlos Madeiro
Do UOL Notícias
Em Maceió

O pré-candidato à presidência José Serra (PSDB) esteve em Maceió e aproveitou para fazer corpo a corpo com eleitores nesta sexta-feira (16). Na segunda visita que fez a um Estado do Nordeste esta semana - ele esteve há dois dias na Bahia -, o ex-governador de São Paulo evitou qualquer crítica direta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda assim, Serra criticou a política de segurança pública do governo federal e disse que, se for eleito, vai colocar a União como responsável do comando aos Estados no combate ao crime organizado.

Para Serra, o problema da violência no país é "crucial" e "muito grave". "Ao meu ver, o governo federal deve assumir responsabilidades mais concretas e coordenar os Estados nessa ação. O crime organizado tem como base o contrabando de armas e drogas, e isso é de responsabilidade federal", disse o ex-governador de São Paulo.

Não é campanha

Em Alagoas, Serra participou da inauguração de uma fábrica, caminhou por dois shoppings e pelo centro. No mais claro tom de campanha, o presidenciável distriubuiu acenos, tirou fotos, brincou com eleitores e até recebeu um presente de fã (um boneco do mascote do Palmeiras). "Sempre que venho para cá, meu astral sobe", disse.

No segundo encontro com eleitores nordestinos na semana, Serra negou que as visitas à região onde têm as menores intenções de voto marquem o começo da campanha política. "Isso não é início de campanha, que formalmente só começa depois da convenção de junho. Vim aqui para ouvir o Teotonio [Vilela Filho, governador], as questões de Alagoas e verificar como andou o convenio que a Sabesp fez com o Estado", disse.

Serra disse que foi em Alagoas que lançou o Bolsa-Alimentação, quando era ministro da Saúde, e que o programa depois veio a se transformar no Bolsa Família. "Foi aqui, em São José da Tapera, que nasceu uma parte do Bolsa Família", lembrou.

Sem citar o nome da adversária Dilma Rousseff em nenhum momento da entrevista coletiva, Serra chegou a fazer elogios ao presidente e negou que Lula tenha cometido qualquer ato de discriminação com os Estados governados por tucanos. "Nunca houve discriminação por parte do governo federal com os Estados. Seria injusto", disse.

Ministério para pessoas com deficiência

Antes de conversar com os jornalistas, Serra participou da inauguração da fábrica da Coca-Cola em Alagoas. Na ocasião a afilhada política dele,  vereadora de Maceió Thaíse Guedes (PSC), com uma deficiência física, foi impedida de conhecer a parte superior da fábrica porque não havia elevador ou rampa no local para acesso.

Sabendo do caso, o presidenciável fez uma promessa à vereadora. "Eu vou criar um ministério extraordinário para pessoas com deficiência, como fiz na capital, como prefeito, e em São Paulo, como governador. Thaíse é um exemplo para o Brasil, pois em nunca vi ela triste", afirmou.

Por fim, questionado qual seria o maior desafio de sua campanha, o ex-governador disse que é o "tempo". 'Eu não posso trabalhar como gostaria, febrilmente. O dia deveria ter 48 horas só para mim. Aí sim, eu poderia fazer tudo que queria”, finalizou.

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