Serra elogia Lula e evita polemizar slogan ironizado pelo presidente

Atualizada às 20h38

Em sua primeira viagem como pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra (PSDB) elogiou nesta quarta-feira (14), em Salvador, as ações do governo federal e evitou polemizar a ironia do presidente Lula ao slogan tucano "O Brasil pode mais".

“O Brasil avançou muito nos últimos anos, mas, que o Brasil pode mais, isso é indiscutível”, disse Serra durante entrevista coletiva concedida em obras sociais de irmã Dulce, no bairro de Roma, na capital baiana. Serra já havia usado o slogan fim de semana, quando lançou sua pré-campanha. 

Mais cedo, em discurso hoje para micro e pequenos empresários, Lula sugeriu que Serra faça mais. "Eu acho que vocês podem fazer mais do que estão fazendo, porque muitas vezes a gente também se deixa acostumar pela mesmice e muitas vezes ficam em casa esperando pelas pessoas nos procurarem, quando, na verdade, eu penso que o Sebrae nesse momento, deveria sair mapeando o Brasil", disse.

Serra rebateu com elogios a programas do governo Lula, classificando de ágil o enfrentamento da crise econômica e a criação de programas de transferência de renda como Bolsa Família, área nas quais o Brasil, segundo o tucano, avançou muito. Mas, para Serra, Lula não manteve a “dinamização” que ele imprimiu na área de saúde quando foi ministro de Fernando Henrique Cardoso. O tucano também cobrou um maior enfrentamento de questões relacionadas à área de segurança, “um problema preocupante em todo o país”.

Questionado sobre se o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves seria um bom vice em sua chapa, Serra voltou a dizer que ainda não é o momento para se falar em vice. “Temos tempo ainda. Ninguém tem vice ainda.”

O ex-governador de São Paulo também afirmou que não escolheu a Bahia para dar início a sua pré-campanha em detrimento de Minas Gerais. “Não troquei. Aqui em Salvador eu estou fazendo apenas uma visita. Como vocês podem ver, não há nenhum ato político organizado. Em Minas será diferente.”

Serra visitou hoje obras assistenciais na região, dançou com idosos do grupo Renascer e cantou “Atire a primeira pedra”, de Ataulfo Alves e Mário Lago. Ele foi recepcionado por lideranças do PSDB, DEM e PPS, por Maria Rita Lopes Pontes, presidente das obras assistenciais, e pelo ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá, presidente do conselho das obras.

Sob muita chuva, Serra ainda visitou o Mercado Modelo, um dos principais cartões postais da capital baiana, onde foi recepcionado pelos comerciantes. Recebeu de presente um berimbau de prata, um tucano feitos em pedras brasileiras e uma camiseta do Palmeiras.

Mais uma vez questionado sob as realizações do governo Lula, Serra respondeu que “essa eleição não será do passado. "Vai ser uma eleição do futuro, de quem é que poderá continuar tocando o Brasil para a frente”.

Em seu último compromisso, Serra concedeu uma longa entrevista ao radialista e ex-prefeito de Salvador, Mário Kertész, na Rádio Metrópole, que o questionou sobre a demora em anunciar a campanha. O ex-governador criticou o exagero na antecipação da campanha e respondeu que não houve demora de sua parte. Segundo ele, o “esquentamento” começa neste mês de abril.

O ex-governador retorna agora à noite a São Paulo. 

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