03/09/2010 - 02h12

Em debate morno, candidatos focam ataques no atual governo em Sergipe

Paulo Rolemberg
Do UOL Eleições
Em Aracaju

Os sete candidatos ao governo de Sergipe: Marcelo Déda (PT), João Alves Filho (DEM), Vera Lúcia (PSTU), Avilete Silva Cruz (PSOL), Leonardo Dias (PCB), Henrique Aragão (PRTB) e Arivaldo Santos (PSDC), participaram na noite desta quinta-feira (02) do primeiro debate promovido pela TV Cidade (emissora de tv a cabo). O foco do debate foi a administração do atual governador Marcelo Déda, no qual os seis candidatos colocaram em questionamentos o governo petista.

No lado de fora do auditório onde ocorreu o debate, dezenas de pessoas com bandeiras de João Alves e Déda acompanhavam por um telão e gritavam a cada fala de seus candidatos, acompanhados por foguetório. Segundo o UOL Eleições apurou cada participante recebeu R$ 20 além do transporte até o local do encontro.

No primeiro bloco, os candidatos responderam a perguntas feitas pela produção da emissora. Henrique Aragão e Leonardo Dias atacaram a gestão educacional do governo. João Alves defendeu o financiamento público das campanhas que, segundo ele, se tornou um balcão de negócios.

Déda fez a defesa dos investimentos em segurança pública do seu governo, enquanto Vera Lúcia criticou os poucos investimentos em saneamento básico. Arivaldo também fez comentários quanto a situação da segurança pública em Sergipe.

"Vocês perceberam que são seis contra um", reclamou o candidato Marcelo Déda. Em seguida, o candidato Henrique Aragão atacou o programa Bolsa Família afirmando que algumas pessoas estão recebendo apenas R$ 22 do benefício. O petista retrucou e disse que o DEM e o PSDB são contra o Bolsa Família.

O debate ficou mais encalorado quando Déda e João Alves - seu antecessor no cargo - discutiram sobre os resultados do IDEB (Indice de Desenvolvimento da Educação Básica) e compararam os indices em suas administrações. No Ensino Fundamental, da 1ª a 4ª série a nota foi 3,8; da 5ª a 8ª, 3,2 e no ensino médio 3,2. Logo emendada por Vera Lúcia. "A situação da educação é caótica".

Os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto em Sergipe, Déda e João Alves, centralizaram mais uma vez, as discussões mais calorosas do debate quando discutiram sobre agressões a sindicalistas e estudantes durante os dois governos. Essa discussão acabou resultando no único direito de resposta do debate. Avilete Cruz acusou um major da Polícia Militar, integrante da sua equipe de segurança, de ter tentado contra a sua vida, chamando-o de assassino. O petista defendeu o oficial da PM das acusações.

Vera Lúcia e Avilete atacaram o que elas chamaram de "modo petista de privatizar" por meio das terceirizações. A candidata do PSOL afirmou que a Polícia Militar do Estado está sendo privatizada já que a frota de veículos é locada.

Déda, questionado sobre a instalação de uma usina nuclear em Sergipe, sugeriu a realização de um plebiscito. Mesmo sabendo dos riscos ambientais o candidato frisou que se a usina não for construída no Estado será instalada nos estados vizinhos de Alagoas e Bahia. "Os riscos são os mesmos". O posicionamento do petista foi contestado pelo candidato do DEM. Para João Alves, uma usina nuclear às margens do rio São Francisco - como prevê o projeto - será um assassinato contra o rio.

João Alves acabou fazendo elogios ao governo Lula quando questionou os dados apresentados por Marcelo Déda referentes à ampliação da ofertas de vagas no ensino superior no Estado. "Os êxitos do Governo Federal ele quer colocar como sendo dele", disse o demista. Leonardo Dias criticou a discussão de Déda e João Alves quanto aos números do IDEB. "Números tão pequenos e mesquinhos", emendou o candidato do PCB.

Vera Lúcia fez um ataque direto aos candidatos quanto a não confiar na saúde pública do Estado, já que Marcelo Déda e a mulher de João Alves, a senadora Maria do Carmo (DEM), fizeram tratamento de saúde no Hospital Sirio Libanês em São Paulo. "São todos iguais, o PT entrou na vala comum da direita do país", alfinetou.

No fim do debate, os correlegionários de João Alves se aglomeraram na única porta de saída do auditório e por pouco não ocorreu um tumulto. Quando o governador Marcelo Déda deixou o prédio, pessoas com bandeiras do PT também foram para a saída do local e os dois grupos trocaram insultos.

 

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