21/09/2010 - 00h31

Em debate, Mercadante ataca Alckmin; tucano acusa petista de "desinformar eleitor"

Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Candidatos ao governo de São Paulo realizam debate na Rede Record

    Candidatos ao governo de São Paulo realizam debate na Rede Record

O candidato do PT ao governo paulista, Aloizio Mercadante, partiu para o ataque contra seu rival, o tucano Geraldo Alckmin, durante debate promovido na noite desta segunda-feira (20) pela Rede Record. Após ouvir o rival dizer que os presos em São Paulo trabalham nas penitenciárias, o petista ironizou. "Os presos trabalham, sim. Trabalham muito pro PCC. [Trabalham] na porta das escolas vendendo droga", disse.

Mercadante acusou o candidato do PSDB de "torcer contra" o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fez críticas mais incisivas à segurança no Estado.

"Vocês permitiram que os presos atacassem a polícia, queimassem ônibus", afirmou, em referência aos ataques do PCC na capital paulista no início de 2006. No final do debate, Mercadante provocou. "Eu esperava que o Alckmin fizesse perguntas pra mim, mas ele não fez. É muito fácil pegar um ator para criticar para a gente, mas é muito mais difícil vir aqui e ser transparente", disse.

Com as falas, a campanha do petista reforça estratégia ofensiva esboçada há alguns dias e consolidada no horário eleitoral da noite desta segunda, quando passou a exibir promessas não cumpridas de seu adversário no período em que governou São Paulo, entre 2003 e 2006.

Cooperação

Ao longo do encontro, Mercadante fez "tabelinhas" com Celso Russomanno, do PP. "O partido do governo recebeu o Estado com 9550 homicídios por ano. Na época em que o candidato Alckmin era governador, chegou a 12677 homicídios por ano", afirmou o pepista. "Ele esteve aí 16 anos e não mudou nada", disse Russomanno.

Alckmin defendeu sua gestão, alegando que, nela, "caiu para um terço o número de homicídios". "Nos estados governados pelo PT, tudo subiu", devolveu o tucano, que também fez sua tabelinha, com Fabio Feldmann do PV. A certa altura do encontro, Alckmin foi questionado por um jornalista sobre a agressividade de sua campanha, negada pelo tucano.

"Estou absolutamente tranquilo e tenho feito uma campanha baseada em propostas (...) Minha campanha não faz nenhum ataque, ela fala verdades. Tem candidatos que são especialistas em criticar", disse, sem citar o adversário petista. "A gente tem visto aqui uma tabelinha entre candidatos que não esclarece, e sim desinforma o eleitor", afirmou.

Socialismo

Em um momento bem humorado, Paulo Bufalo, do PSOL, chamou Paulo Skaf, do PSB, de "camarada Skaf", e perguntou sobre sua concepção de socialismo. "Ninguém é mais socialista que o empresário moderno", afirmou Skaf, ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Mais à frente, Bufalo citou trecho do estatuto do PSB  que prevê "socializar os meios de produção considerados estratégicos" e perguntou a Skaf se ele, como empresário, não via problemas na afirmação. Nervoso e gaguejando, o socialista disse não ver "conflito" e justificou afirmando ser contrário à privatização da Petrobras.

Russomanno, por sua vez, cometeu um deslize ao atribuir a Alckmin a situação do Hospital do Mandaqui, "na zona leste". O ex-governador de São Paulo não deixou por menos. "Mandaqui é na zona norte, não na zona leste", corrigiu.

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