Rivais aumentam ataques à candidatura de Tiririca a deputado federal

Pior do que está não fica para os adversários do humorista Tiririca, na briga por uma vaga na Câmara dos Deputados. Para evitar uma onda que dê votação consagradora ao palhaço e que demonstre o descrédito dos paulistas em relação ao Congresso Nacional, uma reação ao tom escrachado da campanha do candidato do PR está se fortalecendo no horário eleitoral obrigatório.

A expectativa dos partidos é de que o humorista Francisco Everardo Oliveira Silva seja um dos deputados federais mais votados em São Paulo. De olho nos desencantados com a política que podem transformar Tiririca em seu voto de protesto, candidatos a deputado federal estão centrando seus programas na falta de seriedade do rival do PR, que gasta seu tempo na TV e no rádio com piadas.

Os adversários do humorista variaram: do presidente do PSB paulista, o deputado federal Márcio França, passando pelo ex-prefeito de São Paulo Régis de Oliveira (PSC) até o pugilista Adilson Maguila (PTN). As referências a Tiririca não ficaram apenas nas palavras, porque bonecos e um imitador – chamado de “Larica 0000” – também foram escalados para endossar os ataques.

No programa de quinta-feira, o presidente do PSB paulista fez referência ao slogan de Tiririca para criticar o palhaço que, segundo o Ibope, pode ficar perto de 1 milhão de votos nas eleições deste ano. “Olha, tem mais: pior do que está fica sim”, disse ele, depois de um longo pronunciamento em favor da seriedade na disputa. O humorista faz apenas piadas no horário eleitoral obrigatório.

Ex-pugilista e ex-comentarista de economia em um programa de televisão, Maguila acusou a celebridade rival de não fazer política séria. Em seguida, dá socos em um boneco vestido como se fosse o palhaço. O ex-prefeito Régis de Oliveira, que assumiu após o afastamento de Celso Pitta na década de 90, apelou para um imitador de Tiririca, para ironizar o programa eleitoral do humorista.

Outros candidatos a deputado federal por São Paulo, como Hiram Jr. (DEM), fazem apenas comentários sobre o puxador de votos do PR – que pode levar para a Câmara, graças ao complexo sistema eleitoral brasileiro, companheiros de bancada como o trovador Juca Chaves e uma fã do falecido político conservador Enéas Carneiro. Em texto divulgado na Folha de S.Paulo, um dos dirigentes do partido minimizou a polêmica recentemente, alegando que Tiririca tem direito de se candidatar.

Na mesma noite em que as críticas foram exibidas, Tiririca exibiu um programa no qual escondia o rosto das câmeras e pedia aos telespectadores que adivinhassem quem era – o nome dele e as roupas não deixavam dúvidas. “Sou eu! O Tiririca! Candidato a deputado federal!”, disse. “Peguei vocês, enganei vocês! Vocês pensou (sic) que fosse outra pessoa! Sou eu, o abestado.”

Logo no início dos programas em rádio e TV, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, apoiado pelo partido de Tiririca, pediu ao humorista que parasse de dizer que não sabia o que faz um deputado federal. Desde então, o nome do petista, segundo colocado nas intenções de voto, não aparece mais ao lado das piadas do humorista.

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