26/08/2010 - 07h10

Com projetos importantes esperando por votação, Câmara de SP reduz ritmo com eleições

Arthur Guimarães
Do UOL Notícias
Em São Paulo
  • Pelo menos 18 dos 55 vereadores estão lutando por vagas em outras esferas nestas eleições

    Pelo menos 18 dos 55 vereadores estão lutando por vagas em outras esferas nestas eleições

Apesar dos importantes projetos de lei que aguardam por votação, os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo já esperam uma diminuição no ritmo dos trabalhos até a definição das eleições de outubro. Como os próprios políticos afirmam, a maioria das propostas complexas, como a revisão do Plano Diretor ou a aprovação das regras para a publicidade no mobiliário urbano, deve ser adiada para o final do ano.

Pelo menos 18 dos 55 vereadores da cidade estão lutando por vagas em outras esferas. Há candidatos à Asssembleia Legislativa de São Paulo, como Gilson Barreto (PSDB) e João Antonio (PT), à Câmara Federal, como Agnaldo Timóteo (PR) e Francisco Chagas (PT), e até ao Senado, como o petista Netinho de Paula. Há ainda casos de políticos que serão candidatos à suplência, como o próprio presidente da Casa, Antonio Carlos Rodrigues (PR), que está na chapa de Marta Suplicy (PT) ao Senado.

Líder do DEM no Legislativo paulistano, partido do prefeito Gilberto Kassab, o vereador Marco Aurélio Cunha confirma a previsão de morosidade nas votações em setembro, mês que antecede as eleições. "Diminui, sim. E diminuiu muito", sustentou, em entrevista na sessão de ontem no plenário da Câmara. Segundo ele, os projetos de lei importantes deverão ficar para novembro ou dezembro. "Acabamos adiando para depois das eleições. Não adianta vir aqui e ficar falando para seis pessoas", defendeu.

O vereador do Democratas não vê tal prática como um prejuízo. "Certo não é, mas faz parte da política nacional essa mobilização. É como no Carnaval, temos que entender as prioridades", argumentou ele. "É como na televisão: temos os momentos sérios, jornalísticos, e os desenhos, mais leves. Vamos aproveitar para ver os desenhos e deixar a parte mais importante para quando tivermos com a atenção focada e força total", disse. "Sou novo aqui, mas já percebi isso", complementou Cunha, que foi eleito em 2008.

Líder do governo no Legislativo, José Police Neto não fala tão abertamente sobre um possível "recesso branco", mas igualmente diz que pode haver uma alteração nos trabalhos por conta do pleito de outubro. "A Casa tem um ritmo. E, nesse ritmo, os meses de agosto e setembro não são os com maior atividade legislativa", afirmou. Segundo ele, não havia previsão para que os projetos importantes --como a revisão do Plano Diretor-- fossem votados agora. "Se a gente nunca teve essa previsão, não podemos falar que eles vão atrasar. Propostas dessa dimensão não são deliberados do dia para a noite."

O líder do PT no Legislativo de São Paulo, José Américo, concorda que as atividades devem "diminuir um pouco". Como ele explica, no entanto, as lideranças fizeram um acordo para que a Casa não deixe de produzir. "Nos comprometemos a não deixar a Câmara parar. Mesmo se todos os vereadores que são candidatos faltarem, teremos quórum para as sessões. E isso que faremos", disse.

Se for preciso votar algum projeto de lei de maior vulto, o petista aposta em uma convocação dos seus pares. "Se for uma votação qualificada, fazemos uma mobilização e chamamos todo mundo para votar. Não vai ter problema", disse.

"Se apertar, peço afastamento"
Antonio Carlos Rodrigues, presidente da Câmara, disse que o desempenho da Casa não será influenciado pelas eleições. "Não posso obrigar ninguém a vir, mas irei continuar abrindo a sessão toda quarta-feira para analisar a ordem do dia e votar os projetos", afirmou.

Segundo ele, que concorre como suplente de Marta Suplicy ao Senado, basta que cada um se organize para comparecer. "Eu marco minhas reuniões de campanha para as manhãs ou para as noites. Se tiver que faltar, vou faltar. Se apertar, peço afastamento temporário", argumentou.

Sites relacionados

Siga UOL Eleições

Hospedagem: UOL Host