Educação, transporte e segurança pública foram os principais alvos de promessas feitas pelos candidatos ao governo do Estado de São Paulo no debate promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e o portal UOL nesta terça-feira (17), no Tuca, teatro da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), transmitido ao vivo pelo UOL.

“Quero criar um Estado onde seja possível ter o filho em escola pública”, disse o candidato Aloizio Mercadante (PT). Para melhorar o atual cenário, ele promete ampliar o ensino técnico profissionalizante, melhorar o diálogo com os professores e investir em plano de carreira para os profissionais. “Quero ser o governador da Educação. Quero ser avaliado pela evolução dos alunos da escola pública", lançou.

O candidato Celso Russomanno (PP) apresentou discurso similar ao concorrente do PT: “Temos que pagar bem o professor, como pagávamos na década de 70, quando escola pública era melhor que a particular”. Russomano também se manifestou contra a aprovação automática, como Mercadante. E também ressaltou a necessidade de capacitar melhor os professores, citando como exemplo os profissionais que têm deficientes visuais na classe sem receber qualificação.

Apoiado em seu passado de "defensor dos direitos do consumidor", Russomano também afirmou que pretende responsabilizar o governo federal pela educação precária no país, já que isso está previsto na Lei de Diretrizes e Bases.

Em defesa da gestão de seu partido, Geraldo Alckmin (PSDB) repetiu que pretende valorizar mais o professor, aumentar o reforço escolar, ampliar Fatecs, Etecs, universidades públicas e ensino à distância. “Vamos avançar na questão educacional com as escolas em tempo integral e com a Escola da Família. O futuro começa hoje e se chama juventude”, completou.

Polícia

Em relação à segurança pública, a tônica de Mercadante foi atacar a gestão do PSDB, que teria desativado o Carandiru, mas deixado de lado os presídios do interior. “Além de reorganizar o sistema prisional, temos que integrar a rede de comunicação das polícias civil, militar e federal e dos agentes penitenciários”. Ele também enfatizou a importância do policiamento comunitário nos bairros e a presença do Batalhão nas portas das escolas, para combater as drogas.

Já Russomano sugeriu que vai aumentar a segurança nos presídios, com a instalação de tecnologias para evitar a entrada de celulares. "Sem comunicação, sem celular, os presos não podem comandar o crime organizado aqui fora”. Além disso, defendeu melhores salários para a polícia, plano de carreira para agentes penitenciários e exames toxicológicos de seis em seis meses entre os funcionários.

Alckmin fez a promessa de contratar 6 mil policiais militares e investir no sistema de videoconferências com o Judiciário, a fim de que policiais usados em escoltas possam ir para as ruas. Além disso, o candidato também disse que irá fornecer mais tecnologia ao efetivo, como GPS e laptops. “Vamos avançar bastante na questão da remuneração e formação dos nossos policiais”, garantiu.

Metrô e pedágios

A necessidade de ampliar o metrô e desafogar o trânsito da cidade de São Paulo não poderia deixar de fazer parte do debate. Citando as linhas recém-lançadas pelo governador José Serra (PSDB) e as que estão prestes a ser entregues, Alckmin informou que irá concluir a Linha 4 e ampliar a Linha 5 até a Chácara Klabin, fazendo a conexão com a Linha norte-sul.

Já Mercadante garantiu que, se eleito, irá entregar mais 30 km de metrô, além de dobrar a capacidade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em dois anos, com a informatização da rede. Além disso, o candidato disse que irá baixar os preços dos pedágios.

O alto preço dos pedágios também foi criticado por Russomano. Ele manifestou a intenção acabar com o pedágio no Rodoanel, o que ajudaria a reduzir o trânsito em São Paulo. Impulsionado pela pergunta de um internauta, o candidato também defendeu a criação de vias exclusivas para motociclistas.

Estimulado por outro internauta, Russomano também destacou a dificuldade de acesso ao metrô dos moradores do Grande ABC, falha que pretende combater, se eleito. E, novamente, mencionando sua atuação como defensor dos consumidores, o candidato se propôs a fiscalizar os ônibus da cidade, para verificar se a quantidade de veículos em horários de pico está sendo cumprida. 

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