29/07/2010 - 11h57

Alckmin defende pedágios em SP e se esquiva de resposta sobre preço

Carlos Bencke e Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em Sao Paulo

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu nesta quinta-feira (29), durante a sabatina promovida pelo portal UOL e o jornal Folha de S.Paulo, o modelo de pedágios nas rodovias de São Paulo.

Tema recorrente nas críticas dos adversários na corrida eleitoral Celso Russomano (PP) e Aloizio Mercadante (PT), o preço dos pedágios não foi abordado pelo tucano. Ele evitou responder se achava os preços nas praças altos. “Eles estão mal informados”, disse. E completou: “Pretendo analisar caso a caso.”

 

Em sua defesa dos pedágios, Alckmin disse que já recebeu reclamações de prefeitos que tiveram fechadas uma praça de pedágio em seu município, uma vez que 5% da renda bruta vão para os munícipios. "A concessão feita em São Paulo é bem sucedida".

"O Rodoanel é uma obra estratégica. Aliás não só pra São Paulo, ela é estratégica para o Brasil. Porque você liga o maior aeroporto brasileiro, que é Cumbica, ao maior porto brasileiro que é Santos", disse o ex-governador sobre a construção de novos trechos e a criação de novos pedágios na rodovia por meio do sistema de concessão.

Metrô
Perguntado sobre os atrasos nas obras do Metrô de São Paulo, Alckmin criticou o governo federal. “No mundo inteiro o governo federal põe dinheiro no Metrô. Aqui no Brasil o governo federal põe dinheiro em Porto Alegre, em Salvador [...], até na Venezuela", afirmou. "Aqui em São Paulo o governo federal não põe dinheiro no Metrô, o que tem é empréstimo."

Progressão continuada
O ex-governador defendeu o modelo de progressão continuada nas escolas do Estado, muito criticado pelos adversários Celso Russomano (PP) e Aloizio Mercadante (PT). Segundo Alckmin, a progressão não foi criada pelos tucanos e sim durante a prefeitura de Luiza Erundina, na época do PT. Pelo método, os alunos não são reprovados de ano em ano, mas avaliados a cada ciclo.

“Derrubamos a evasão escolar”, disse. “O filho do rico quando não vai bem ele não é reprovado. Vamos fazer reforço escolar. Hoje todos os indicadores mostram que está melhorando.” O tucano disse ainda que pretende aumentar os ciclos de dois para três, da 1ª à 9ª série do ensino básico.

Alckmin rechaçou as críticas de que o modelo aprove automaticamente alunos que não aprendem direito. “Essa não é a discussão. A discussão é fazer o aluno aprender”, disse.

Segurança
O líder nas pesquisas de intenção de voto disse que vai elevar os salários dos policiais, direcionar todos os presos a penitenciárias, e não cadeias, e integrar o policiamento militar com as guardas municipais paulistas. Alckmin disse ainda que os policiais militares devem trabalhar no máximo oito horas dentro das 36 horas de folga que têm, de forma a elevar o efetivo na rua.

Laços com Kassab
“Pretendo fazer uma grande parceria com o município de São Paulo. Muitas já estão sendo feitas”, disse Alckmin. “A única secretaria que pretendo criar é a de Desenvolvimento e Gestão Metropolitana. O mundo moderno é uma vida metropolitana”, completou o tucano, que em 2008 rivalizou com Kassab na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

A disputa dividiu o PSDB, já que Kassab tinha sido vice-prefeito do hoje presidenciável José Serra. “Eleição não se ganha todas e às vezes a gente aprende mais quando perde do que quando ganha”, disse Alckmin. “Apoiei o candidato dos Democratas [no segundo turno, contra a petista Marta Suplicy].”

Relação com Serra
“Vai ser dificil me atritarem com o Serra. Sou amigo do Serra há 30 anos”, afirmou Alckmin. “A minha origem sempre foi o Franco Montoro [ex-governador de quem Serra foi secretário]. Era prefeito de Pindamonhagaba e já levava o Montoro para fazer palestras. Fomos deputados juntos, fui vice-líder do Serra em Brasília”, listou.

Questionado sobre críticas que Serra fez, em 2007, à gestão de Alckmin, o tucano desconversou: “Os governos do PSDB sempre avançaram. Um governo foi melhor do que o outro. E nós vamos fazer ainda mais, porque são momentos diferentes”, citou.

Alckmin foi sabatinado pelos jornalistas Irineu Machado, editor-executivo do UOL Notícias, Fernando Canzian, repórter especial da Folha, Mônica Bergamo, colunista da Folha e Denise Chiarato, editora de Cotidiano do jornal.

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