O TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul) fez hoje (2) o sorteio de três sessões eleitorais que participarão da votação paralela, um sistema de auditoria do processo eleitoral no estado.
As urnas - duas do interior e uma da capital - serão recolhidas, lacradas e trazidas para Porto Alegre, onde serão utilizadas amanhã (3) na votação paralela. Os cartórios eleitorais farão a substituição das urnas para possibilitar que os eleitores dessas três seções votem normalmente.
As urnas sorteadas serão dos municípios de Segredo, a 241 quilômetros da capital, de Tenente Portela, a 470 quilômetros, e da zona norte de Porto Alegre. A votação paralela será realizada no Palácio da Justiça, no centro da capital.
As entidades e partidos que participam da votação receberam antecipadamente cédulas de votação e listas de candidatos, que preenchem e entregam ao tribunal antes do pleito. Os dados são digitados e a cédula depositada em uma urna de pano. Amanhã, após a votação, haverá a aferição dos votos para comparar o que está na urna de pano com o que consta na eletrônica.
O juiz do TRE Ícaro Carvalho destacou a importância do processo para dar transparência e confiabilidade às eleições. “Queremos mostrar a toda a população a lisura do pleito eleitoral”, afirma.
Durante o sorteio, estavam presentes três observadores internacionais que vieram ao Brasil acompanhar o processo eleitoral. A estudante de relações internacionais da Turquia Dilek Ozbesleroglu disse que ficou bem impressionada com o que viu.
“Eu não conhecia nada sobre o Brasil, nem mesmo que era uma Federação. Não imaginava que o sistema eleitoral fosse tão rigoroso. Achei que a urna eletrônica poderia ser alterada, mas depois de conhecer vi que não havia possibilidade de fraudes”, afirmou.
Segundo Dilek, o processo eleitoral brasileiro é muito diferente do turco, que é parlamentar - a população elege o parlamento - e ainda utiliza cédulas de papel. Além disso, o país não tem as dimensões do Brasil, com 5.565 municípios. A Turquia tem 80.
Em Porto Alegre estão nove observadores internacionais - seis argentinos (quatro do governo e dois do Judiciário) e três estudantes - um da Turquia e dois do Irã. Eles ontem conheceram a urna eletrônica e votaram para deputado, senador, governador e presidente.
O processo de auditoria das urnas eletrônicas é feito desde 2002 no Rio Grande do Sul. A organização é do TRE, Ministério Público Eleitoral, dos partidos políticos e de entidades da sociedade civil.
As telas das três urnas eletrônicas são filmadas e o trabalho é auditado por uma empresa especializada, contratada pelo Tribunal Superior Eleitoral. A votação simulada ocorre no horário oficial, das 8h às 17h.