Yeda perde dois minutos no último programa na TV; Tarso e Fogaça apostam em canções

O último programa eleitoral da governadora do Rio Grande do Sul no primeiro turno terminou de maneira abrupta. Enquanto falava “de coração aberto” com o eleitor, “olho no olho”, o programa de Yeda Crusius (PSDB), candidata à reeleição, foi cortado por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), divulgada no início da noite desta quarta-feira (29).

A desembargadora federal Maria de Fátima Freitas Labarré, condenou, através de liminar, Yeda à perda de 2 minutos e 26 segundos no horário eleitoral gratuito pelo uso do espaço destinado aos concorrentes a deputado estadual no programa veiculado no início da tarde.

O programa da governadora havia iniciado com exemplos de gaúchos beneficiados pelas ações da governadora. “Ser a primeira mulher a governar este Estado foi uma grande responsabilidade”, disse Yeda. “Mas, quando havia uma notícia boa para dar, lá vinham eles”, afirmou, antes da peça ser interrompida.

Em nota oficial, a coligação liderada pela tucana repudiou “com veemência” a decisão e disse que vai recorrer da liminar.  “Fica evidente o desequilíbrio provocado por esta decisão de caráter liminar e precário em prejuízo da candidata Yeda frente aos demais candidatos beneficiados. Assim, sentindo-se gravemente prejudicada, a Coligação buscará em recurso ao Tribunal reformar a injusta decisão”, diz o texto.

O último horário eleitoral dos governadores começou com o programa de Tarso Genro (PT), líder nas pesquisas, que repetiu o programa do início da tarde.

Os marqueteiros do ex-ministro mostraram músicos gaúchos, como Frank Jorge, Nei Lisboa e Plauto Cruz, cantando o jingle de Tarso. O comício da última sexta-feira, reforçado pela presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, também recheou o programa.

Lula e a ex-ministra deram depoimentos ao antigo colega de governo. “Conheço Tarso há muito tempo. E posso garantir: Tarso é um realizador”, disse Dilma. “O Tarso teve um papel muito importante no meu governo. Por isso, está mais preparado do que nunca para governar o Rio Grande”, afirmou o presidente.

José Fogaça (PMDB) optou por um programa emotivo, ilustrado por uma canção composta pelo próprio candidato: “Vento negro”, considerada um clássico da música gaúcha. O ex-prefeito valorizou o momento da votação ao pedir a confiança do eleitor. “O nosso próximo encontro será naquele gesto grandioso que só você pode dar”, disse o candidato.

Ao longo da campanha, o peemedebista evitou explorar a veia artística (que também incluiu “Porto Alegre é demais”, uma espécie de hino não-oficial da cidade), mas “Vento negro” entrou no último programa dando um recado para a militância.

Após mostrar realizações de Fogaça na prefeitura de Porto Alegre, o último verso da música foi repetido na tela, como forma de chamar os simpatizantes a virar a eleição no segundo turno. Fogaça ocupa o segundo lugar nas pesquisas.

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