30/09/2010 - 12h17

Fogaça e Yeda disputam indecisos no interior para chegar ao segundo turno

Alexandre de Santi
Especial para o UOL Eleições
Em Porto Alegre

Dispostos a tentar a presença no segundo turno da eleição no Rio Grande do Sul, o ex-prefeito José Fogaça (PMDB) e a governadora Yeda Crusius (PSDB) estão em busca dos eleitores indecisos no interior do Estado nos últimos dias de campanha.

Enquanto os candidatos aparecem em carreatas e eventos públicos em regiões populosas do Estado, líderes regionais estão se esforçando para chegar aos locais mais distantes do RS.

Segundo o candidato a vice-governador da coligação Confirma Rio Grande (PSDB - PPS - PP - PRB - PSC - PTdoB - PHS - PSL), Berfran Rosado, as pesquisas internas da campanha apontam que um terço dos eleitores ainda está indeciso.

O índice era de 7% na última pesquisa estimulada do Ibope (quando o pesquisador apresenta uma lista de candidatos para o eleitor), mas chega a 26% na espontânea. “Nossa missão é chegar aos indecisos”, confirma Berfran.

A campanha da governadora espera repetir o efeito da última eleição, em 2006, quando a candidata pulou do terceiro lugar para a liderança do pleito no dia da votação, superando Olívio Dutra (PT) e Germano Rigotto (PMDB), que lideravam as pesquisas desde o início da campanha.

Agora, Yeda tem 17% das intenções de voto, contra 26% de Fogaça e 44% de Tarso Genro (PT). Berfran afirma que a estratégia é bater de “porta em porta” na casa dos eleitores indecisos, contando com a ajuda de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores do Interior.

A maioria do eleitorado indeciso, segundo as pesquisas da coligação, é composta de jovens e mulheres. “Com relação à candidata, a ideia é ficar na Região Metropolitana”, diz o vice. Neste sábado, último dia de campanha, Yeda deve participar de uma série de carreatas nas cidades da Grande Porto Alegre.

Berfran diz que um movimento parecido ao de 2006 está em andamento, o que poderia levar a governadora ao segundo turno.

Na terça-feira, no último debate na televisão, Berfran destacou que os ataques contra Yeda vieram de todos os candidatos. “Não chama a atenção que ela, mesmo sendo a terceira colocada, seja atacada por todos? Se ela estivesse fora do jogo, teriam atacado ela? Tenho certeza que não”, argumenta.

Fogaça

No comitê de Fogaça, a ordem é focar no Interior, principalmente em regiões rurais. O coordenador de campanha da coligação Juntos Pelo Rio Grande (PMDB - PDT - PTN - PSDC), deputado federal Mendes Ribeiro Filho, diz que muitos eleitores gaúchos não acompanham o horário eleitoral do Rio Grande do Sul por conta de uma particularidade do Estado: parte da população vive em áreas rurais onde o sinal de televisão só é captado com antenas parabólicas.

Como o sinal das parabólicas vêm do centro do país, esses eleitores não estariam vendo os programas políticos do Estado. “Se existem 40% de eleitores indecisos, onde eles estão? No Interior, é tudo antena parabólica”, argumenta Mendes Ribeiro.

Por isso, a estratégia é capilarizar as ações, contanto com lideranças regionais. Além de colocar o material de campanha na rua, o comitê central orienta para que os líderes conversem com as pessoas e tentem convencer a população a votar no candidato.

“Eu sempre digo que placa não vota. Quem vota são as pessoas”, afirma o deputado. Até sábado, Fogaça deve participar de comícios nas principais cidades do Estado, como Caxias do Sul, Cruz Alta, Ijuí e Santa Rosa.

O candidato à vice na chapa, Pompeo de Mattos (PDT), deve percorrer agenda em separado para aumentar a visibilidade da coligação.

Tarso

Enquanto isso, no comitê do PT, os esforços são concentrados para aproveitar a vantagem das pesquisas e eleger Tarso no primeiro turno.

Em 2006 e 2002, o partido perdeu a cadeira no Palácio Piratini no segundo turno. Agora, o PT tentar transformar o bons números de Tarso e Dilma, decidir o pleito em 3 de outubro e evitar a coligação dos partidos adversários no segundo turno.

Tarso deve participar de atos públicos em cidades mais afastadas de Porto Alegre e na Metade Sul, onde o PT costuma ter menor votação. Uruguaiana, Santana do Livramento e Bagé estão no roteiro dos últimos dias. Comícios devem ser realizados em Pelotas e Santa Maria.

“Essa é uma estratégia que vem desde o final de agosto. O fato de termos definido a candidatura um ano antes permitiu que visitássemos o Estado inteiro até o final de junho”, diz Carlos Pestana, coordenador da campanha do petista.

Agora, a estratégia é “aparecer na rua”, intensificar a mobilização e multiplicar o clima festivo do comício realizado na última sexta-feira, em Porto Alegre, que contou com dezenhas de milhares de simpatizantes, além de Lula e Dilma.

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