22/09/2010 - 17h25

Candidatos ao Senado no RS disputam biografias em encontro com empresários

Alexandre De Santi
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Poucas divergências e muita troca de elogios deram a tônica do encontro entre os principais candidatos ao Senado pelo Rio Grande do Sul, realizado nesta quarta-feira (22), na sede da Federasul (Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre.

As diferenças apareceram na apresentação, quando os candidatos tentaram se diferenciar uns dos outros por suas biografias.  Embora sejam protagonistas de uma disputa apertada, Paulo Paim (PT), Germano Rigotto (PMDB) e Ana Amélia Lemos (PP) abusaram da diplomacia para responder dúvidas elaboradas pela entidade sobre assuntos de interesse do empresariado.

Na Federasul, os candidatos concordaram sobre a necessidade de desoneração tributária do setor produtivo, apoio às micro e pequenas empresas, preservação de liberdades democráticas e a necessidade de melhorar a imagem do Senado.

Segundo a última pesquisa Datafolha, a jornalista Ana Amélia, uma novata na política, lidera a disputa com 47% das intenções, enquanto o senador Paim e o ex-governador Rigotto brigam pela segunda vaga com 41% cada.

Fazendo uma ponte com sua carreira de mais de 30 anos no jornalismo gaúcho, Ana Amélia pregou a necessidade de manutenção da liberdade de imprensa no país e fez um agrado aos empresários, afirmando que a liberdade de empreendedorismo também precisa fazer parte das prioridades dos governos.

A candidata citou um estudo do Banco Mundial onde o Brasil aparece na 129ª posição entre as nações com mais liberdade para fazer negócios, resultado de entraves burocráticos para abrir e fechar uma empresa, além da alta carga tributária. “Tudo isso reduz a liberdade do empreendedor", afirmou.

Ana Amélia arrancou aplausos da plateia reclamar da lógica de incentivos fiscais no Estado, normalmente destinados a empresas que chegam de fora, ao invés de privilegiar negócios nascidos em solo gaúcho.

Finalizando, a exposição inicial de 10 minutos a que cada candidato tinha direito, a jornalista pediu que os eleitores levassem em conta seu passado de defesa dos interesses do Estado em emissoras de rádio e televisão do Estado. “Os gaúchos e gaúchas que me conhecem sabem que eu não vou rasgar a minha biografia”, disse.

O senador Paulo Paim também utilizou seu passado para defender a candidatura. De início, Paim disse que, ao contrário dos colegas, aos quais se referiu como “amigos”, já era senador e, portanto, iria falar das suas ações no Congresso.

O petista se colocou como aliado do governo Lula e ressaltou o crescimento da economia como uma conquista da gestão petista. Paim tentou se afastar da imagem de “senador dos aposentados e das minorias”, fama conquistada após a aprovação dos estatutos do Idoso, do Portador de Deficiência e da Igualdade Racial, todos de sua autoria.

Paim também enumerou conquistas para o setor produtivo durante o seu mandato, como pleitos negociados a favor de empresas dos setores do fumo, metalurgia, fabricantes de veículos, entre outros. “Levei o social para dentro do Senado e faria tudo de novo", disse. “Mas também sou o senador dos empreendedores”.

Rigotto, que foi governador do Rio Grande do Sul entre 2003 e 2006, fez questão de afagar os colegas de disputa. “Agradeço muito a oportunidade de estar ao lado da Ana Amélia e do Paim. Dois candidatos qualificadíssimos. É muito legal participar de uma disputa eleitoral com a qualidade dos candidatos que nós temos”, afirmou.

Mas logo tratou de investir na biografia para garantir votos do empresariado. “Eu não preciso falar muito sobre o que representa a minha história de vida”, disse.

O ex-governador focou o discurso em seu trabalho pela reforma tributária, iniciada quando ainda era deputado federal. “Esta luta pela reforma tributária é algo que tem marcado a minha vida como deputado e como governador”, afirmou.

Como passou quatro anos sem mandato, Rigotto lamentou que não ter tido tanta exposição nos últimos anos quanto os adversários, mas destacou sua peregrinação pelo Brasil para falar em palestras sobre as mudanças na matriz tributária que pretende levar para o Senado. “Não tive a mesma visibilidade, mas pude viajar o Brasil todo", disse.
 

 

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