17/09/2010 - 16h03

MP convoca assessores de Yeda para depor sobre suposto esquema de espionagem

Alexandre De Santi
Do UOL Eleições
Em Porto Alegre

O MPE-RS (Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul) convocou para depoimento duas assessoras e um ex-chefe de gabinete da governadora Yeda Crusius nesta sexta-feira (17). As assessoras Sandra Terra e Walna Meneses e o ex-chefe de gabinete Ricardo Lied devem ser ouvidos na próxima semana no caso que apura o suposto esquema de espionagem na Casa Militar, órgão do governo estadual responsável pela segurança do governador.

Os assessores podem ser três dos nomes apontados pelo sargento César Rodrigues como os chefes que solicitavam informações de adversários políticos, jornalistas e policiais.

Até agora, o MPE identificou mais de 96 mil consultas sobre cerca de 80 pessoas. De acordo com o promotor que cuida do caso, Amilcar Macedo, o sargento deu cinco nomes de servidores públicos civis e militares que teriam ordenado as consultas.

Macedo, no entanto, não confirmou se Walna, Sandra e Lied estão entre os nomes apontados. “Ele deu nomes e nos trouxe algumas provas que agora vamos avaliar com calma para ver se são pertinentes”, disse o promotor em entrevista à Rádio Gaúcha.

Rodrigues foi preso no início do mês sob a acusação de extorquir contraventores de Canoas. O policial estaria avisando donos de bingo sobre operações policiais e cobrando propina pelas informações.

Durante a investigação, o Ministério Público acabou descobrindo que Rodrigues usava o sistema Consultas Integradas, que reúne informações de diversos órgãos sobre os cidadãos gaúchos, como ficha policial e registros no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Embora exista controvérsia sobre se as informações são sigilosas ou não, chamou à atenção dos investigadores que boa parte dos nomes pesquisados no sistema era de adversários do governo e de policiais e advogados envolvidos em investigações.

Na quinta-feira, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) anunciou que vai realizar uma inspeção especial no sistema Consultas Integradas. Depois do procedimento, poderão ser apresentadas propostas para resguardar ainda mais o sigilo e o uso adequado das informações nele contidas, informou a assessoria de imprensa do órgão.

Em entrevista coletiva realizada na semana passada, Amilcar Macedo disse estar convencido de que o sargento Rodrigues, que atuava no setor de inteligência da Casa Militar, estava agindo sob ordens superiores. Após prestar depoimento na quarta-feira (15), Rodrigues foi solto pela Justiça.

Na última segunda-feira, a governadora Yeda anunciou uma reestruração na Casa Militar. O órgão deve ser enxugado e deve dar maior assistência à Defesa Civil.
 

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