12/08/2010 - 11h06

Yeda aposta em IPOs de estatais para capitalizar governo gaúcho

Alexandre de Santi
Especial para o UOL Eleições
Em Porto Alegre
  • Candidata à reeleição diz que pretende dobrar pelo menos duas estatais gaúchas

    Candidata à reeleição diz que pretende "dobrar" pelo menos duas estatais gaúchas

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, candidata à reeleição pela coligação Confirma Rio Grande (PSDB - PPS - PP - PRB - PSC - PTdoB - PHS - PSL), pretende repetir uma ação do primeiro mandato para reforçar o caixa de investimentos do governo gaúcho: a ampliação do capital de empresas estatais pela bolsa de valores, um instrumento conhecido pela sigla IPO (do inglês Initial public offering, ou oferta pública inicial).

Nesta quinta-feira (12), em entrevista á Rádio Gaúcha, Yeda disse que quer “dobrar” pelo menos duas estatais gaúchas, a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) e a Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento). A governadora, caso reeleita, afirmou que vai repetir a experiência realizada com o Banrisul em 2007, quando o banco lançou títulos na bolsa de valores e ampliou seu capital em R$ 800 milhões.

Ao contrário da privatização, onde o setor público abre mão do controle da empresa, o IPO amplia o tamanho da estatal, mantendo o banco sob o guarda-chuva do Palácio Piratini. Com a oferta de 2007, o controle do governo gaúcho sobre o Bansirul caiu apenas de 100% para 99,6%. Para a governadora, a experiência do banco foi bem sucedida porque os investidores perceberam que podiam confiar na prosperidade do Estado.

“O IPO é, hoje, um instrumento moderno, e que o Rio Grande do Sul provou ser certo, de confiança de investidores no futuro do lugar onde a empresa está. Confiança de que a gente vai ter plástico verde, vai ter porto, a gente vai melhorar o sistema de transporte aeroviário, rodoviário, fluvial, tecnologia e inovação”, disse Yeda na entrevista.

Caso optasse por privatizar as estatais, além de sofrer o desgaste político, a governadora teria que submeter a proposta a um referendo, conforme legislação estadual. Para o IPO, no entanto, não há esta exigência. Yeda indicou que CEEE e Corsan são as estatais preferênciais para futuros IPOs, mas deixou aberta a porta para utilizar o instrumento com outras empresas públicas. “Todas as estatais que representem infra-estrutura. CEEE é uma, Corsan é outra.

Tudo aquilo que o governo estadual ainda não tem dinheiro para fazer e as estatais capitalizadas fazem. Dobramos o Banrisul. Hoje, o Banrisul tem o dobro de crédito. Queremos dobrar a CEEE, dobrar a Corsan”, disse a governadora.

Mágoa do vice

À Rádio Gaúcha, Yeda também falou sobre o que espera do vice no próximo mandato, caso seja eleita. Traumatizada pela relação com o atual vice, Paulo Afonso Feijó (DEM), que rompeu com a governadora no início do mandato, a governadora disse que quer o atual companheiro de chapa, Berfran Rosado (PPS), ao seu lado em todos os momentos - como no momento da entrevista. “Se eu não puder responder, responde ele. Se eu não puder assinar, assina ele. Ele é um formulador, ele é atuador. Ele é uma pessoa que me fez muita falta”, disse Yeda.
 

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