10/08/2010 - 13h00

No RS, candidatos culpam excesso de visibilidade para empate ao Senado

Alexandre de Santi
Especial para o UOL Eleições
Em Porto Alegre

No Rio Grande do Sul, a corrida pelas duas cadeiras ao Senado promete deixar eleitores e dirigentes partidários sem fôlego até 3 de outubro. Uma pesquisa do Ibope divulgada nesta segunda-feira coloca três candidatos praticamente empatados em primeiro lugar. Como duas vagas estão em jogo neste ano, um deles ficará de fora do Congresso.

O ex-governador Germano Rigotto (PMDB) e o senador Paulo Paim (PT) lideram o levantamento estimulado com 39% das intenções de voto, enquanto Ana Amélia Lemos (PP), jornalista, ex-apresentadora e ex-comentarista de rádio, televisão e jornais do Grupo RBS, uma novata no mundo da política, vem em terceiro lugar com 38% (a pesquisa totaliza 200% já que cada eleitor votará em dois nomes).

Outros oito candidatos disputam o pleito, mas nenhum supera 5% de intenção de voto. A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 5 de agosto com 812 eleitores, sob encomenda do Grupo RBS e tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Há uma certeza entre os principais candidatos: o excesso de visibilidade dos três nomes aperta a disputa e faz com que a eleição ao Senado seja peculiar no Estado. Para Paim, os números não surpreendem, já que Ana Amélia, mesmo estreando em campanhas, tem um nome consolidado.

“A visibilidade da mídia sempre dá um status. Não estou criticando, mas quem vem da mídia sempre tem um destaque na eleição. Não me surpreendo”, diz o candidato. O senador pretende usar o trabalho dos oitos anos de mandato para mostrar que tem experiência no Senado, ao contrário dos oponentes.

Além disso, Paim utiliza a pesquisa para mostrar que está em situação confortável. O senador lidera a pesquisa espontânea, com 13%. Nesta modalidade, onde o eleitor diz o nome do candidato sem olhar uma lista, Rigotto tem 9% e Ana Amélia, 7%. “Estou com uma vantagem muito boa na espontânea”, comemora Paim.

No entanto, para garantir a reeleição do senador, a direção da coligação Unidade Popular pelo Rio Grande (PT - PSB - PCdoB - PR) pretende aproximar a imagem do petista a dos candidatos ao governo estadual, Tarso Genro (que lidera as pesquisas no Rio Grande do Sul), e à Presidência, Dilma Rousseff.

“Quando ficar mais clara essa identificação do Paim com Dilma e Tarso, vamos consolidar a vaga do Paim”, aposta Carlos Pestana, coordenador da campanha da Unidade Popular. O senador deve ganhar mais tempo na TV e participar de mais eventos com os ex-ministros, antecipa Pestana.

Para Rigotto, como a pesquisa aponta dois votos para cada eleitor e não indica qual é o candidato prioritário, os dados devem ser olhados com cautela. Mas o ex-governador admite o aperto entre os candidatos. “Esse equilíbrio vem desde o primeiro momento. A campanha está começando agora e vai ser uma eleição disputada”, diz o candidato.

“Não me surpreendo com esses resultados. São candidatos fortes, um porque já é senador e outro porque teve muita exposição na mídia”, conclui Rigotto. No comitê da coligação Juntos Pelo Rio Grande (PMDB - PDT - PTN - PSDC), a ordem é aproveitar que o candidato tem “luz própria” e deixá-lo brilhar.

Segundo Mendes Ribeiro Filho, o ex-governador participa sempre que pode dos eventos com o candidato a governador, José Fogaça, mas tem independência para aceitar convites e buscar votos com o próprio prestígio. “O Rigotto é um nome consistente. Ele é independente”, diz Mendes Ribeiro.

A estreante do trio comemora a ascensão nas pesquisas. De acordo com Ana Amélia, o alto número de indecisos pode virar a pesquisa com a proximidade do pleito. O Ibope indica que 44% dos eleitores ainda não definiram candidato. A jornalista credita o bom resultado na primeira eleição à exposição de décadas à frente de alguns dos principais programas de rádio e televisão no Rio Grande do Sul.

“Para mim, é muito estimulante porque vejo como um reconhecimento do meu trabalho com relação às questões do Rio Grande”, avalia Ana Amélia. A coligação Confirma Rio Grande (PP - PSDB - PPS - PHS - PSL - PT do B - PSC - PRB) preferiu lançar candidato único para concentrar os votos na candidata e garantir uma das cadeira no Senado.

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