21/07/2010 - 16h04

Genro defende governo do PMDB para atingir Crusius

Clarissa Barreto
Especial UOL Eleições
Em Porto Alegre

Pela primeira vez reunidos desde que o processo eleitoral foi deflagrado, os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto ao governo gaúcho se encontraram, nesta quarta-feira (21), em um painel promovido por uma associação empresarial do Rio Grande do Sul. No evento, Tarso Genro (PT) e Yeda Crusius (PSDB) voltaram a trocar farpas.

Genro creditou ao governo do peemedebista Germano Rigotto (2003-2006) as tratativas de cessão de financiamento do Banco Mundial (Bird) ao Rio Grande do Sul para sanear a dívida do Estado, que foi assinado no governo Crusius e é um de seus principais trunfos como candidata à reeleição.

Genro, Crusius e José Fogaça (PMDB) responderam perguntas sobre impostos, investimentos, gastos públicos e segurança, formuladas pela própria entidade promotora do encontro, a Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), mas não debateram entre si.

Nas considerações finais, Genro citou o ex-governador Germano Rigotto, presente na plateia. “Quero fazer uma homenagem ao Rigotto, que quando exercia o governo começou um trabalho importante. Na época, liguei para ele e contei que, no Ceará, o governo estava fazendo um trabalho no sentido de se financiar com o Banco Mundial. E Rigotto iniciou o trabalho. Por isso, quero fazer justiça e citar seu nome”, disse. Em seu encerramento, a governadora e candidata à reeleição rebateu a provocação. “Mulher não tem problema de autoria. Ela é mãe e é responsável pela vida que a gente cria”, afirmou, sem citar o tema.

Ao final do evento, questionado por jornalistas, Genro voltou a afirmar que seu objetivo era fazer justiça a Rigotto. “Minha intenção foi fazer justiça ao Rigotto, me lebro perfeitamente que dei a indicação para ele da experiência feita com o Ceará”, afirmou. Já Crusius preferiu responder indiretamente. Não citou Genro, mas voltou a fazer a analogia a filhos quando questionada sobre a provocação. “O filho nasce e a mulher sabe que é dela. Ainda bem que hoje existe DNA e todos os conflitos ficam dirimidos quando você tem a informação completa. Eu não tenho problemas de autoria, agradeço a todo mundo que gerou a vida antes. Isso faz a diferença de fazer política da mulher e do homem.”

Fogaça, que pertence ao mesmo partido de Rigotto, disse que “sempre” faz referência ao fato de a negociação com o Bird ter começado no governo peemedebista. “Uma grande operação financeira não começa num governo só. O que começa nem sempre é o que acaba sendo privilegiado pela captação do recurso. Eu só faço referências ao Rigotto, eu falo em todas as nossas reuniões no interior”, garantiu.
 

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