19/07/2010 - 21h11

PDT gaúcho pede punição de ex-governador ao conselho de ética do partido

Especial para o UOL Eleições
Em Porto Alegre

Um das principais lideranças do PDT gaúcho, o ex-governador, ex-prefeito de Porto Alegre e deputado federal Alceu Collares corre o risco de ser expulso do partido por apoiar o petista Tarso Genro na eleição para o governo estadual.

A punição será definida pelo conselho de ética nacional da sigla, atendendo a um pedido de dirigentes do PDT do Rio Grande do Sul que acusam Collares de infidelidade e indisciplina partidária. O envio da solicitação foi definido em encontro no final da tarde desta segunda-feira (19), em Porto Alegre.

No Estado, o PDT está coligado ao PMDB na disputa pelo Palácio Piratini. A chapa liderada pelo ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB) tem o deputado federal pedetista Pompeo de Mattos como candidato a vice.

O ex-governador classificou a iniciativa dos dirigentes do PDT gaúcho como uma “incoerência”. Collares justifica que decidiu apoiar Genro devido à recusa do PMDB do Rio Grande do Sul em confirmar apoio à candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, repetindo a posição nacional de pedetistas e peemedebistas. Oficialmente, o PDMB gaúcho se posicionou de forma neutra em relação ao pleito nacional, mas a maioria dos parlamentares gaúchos da sigla não esconde a simpatia pela tucano José Serra.

“Diante disso que me rebelei, porque sempre fui coerente com a linha do trabalhismo. Como homem de esquerda, sempre apoiei o Lula. Vou provar a falha que eles praticaram e pedir a intervenção no PDT aqui do Rio Grande do Sul”, disse Collares.

Depois que Collares sinalizou apoio à candidatura petista, dirigentes do PDT optaram, no primeiro momento, por apenas minimizar a escolha do ex-governador. A postura dos caciques pedetistas gaúchos mudou no último sábado, depois de Collares discursar em um ato de apoio à Genro, fato que despertou a recomendação de punição pela executiva estadual pedetista.

Segundo o presidente estadual da sigla, Romildo Bolzan Jr., não há prazo para que a questão seja avaliada pelo conselho de ética, que pode optar entre advertência, suspensão ou expulsão. “Ele está se colocando numa posição não só discordante, mas afrontosamente levando essa posição dele para conhecimento público. Seria desmoralizante o partido aceitar isso toda a vida sem tomar uma posição”, afirma.

Questionado sobre o apoio do ex-governador, Tarso Genro apenas creditou a atitude como uma iniciativa pessoal do pedetista. “Nós não estamos fazendo pressão para ninguém se integrar, mas as pessoas vêm espontaneamente apoiar", afirmou.

Na semana passada, José Fogaça, candidato do PMDB, já havia evitado analisar a adesão de Collares à campanha petista. “Eu não comento o ex-governador. Tenho respeito por ele, já votei nele muitas vezes e ele já votou em mim muitas vezes”, disse.

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