10/09/2010 - 11h19

Fiscais fazem operação em hospital no Rio após denúncia de crime eleitoral

Andréia Martins
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Fiscais do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) encontraram indícios de suposto crime eleitoral durante uma vistoria no Hospital de Clínicas de Belford Roxo na tarde de quinta-feira (9). O hospital pertence aos irmãos Deodalto e Flávio Campos Ferreira, que é candidato a deputado estadual pelo PR.

No local, os fiscais encontraram morfina com prazo de validade vencido, crime previsto no artigo 7.º da Lei 8.137. Também foram apreendidos quatro computadores e documentos de 27 pacientes, com cópia dos títulos eleitorais, além de munições calibre 38 armazenadas em um cofre.

A vistoria foi feita a pedido da juíza Ana Helena Rodrigues depois de avaliar as denúncias da promotora de Justiça Maria Lúcia Winter, de que havia distribuição de santinhos no interior do hospital, inclusive na ala destinada a pacientes do SUS, e exigência do título de eleitor dos pacientes que chegavam à clínica para realizar exames.

As propagandas seriam de Flávio, que é médico, e de Eliane Rolim, candidata a deputada federal pelo PT. Pela legislação, a propaganda eleitoral é proibida em bens de uso coletivo, independentemente de serem públicos ou privados.

O material referente propaganda eleitoral será encaminhado para exame da procuradora regional eleitoral, Silvana Batini que pode denunciar os irmãos por captação ilícita de votos e abuso de poder econômico no processo eleitoral, entre outros.

Candidato nega

Procurado pelo UOL Eleições, o candidato Flávio Campos disse que nunca levou nenhum material de sua campanha para o hospital e que, se alguém o fez, ele desconhece. Ele também negou a acusação de que o hospital exija o título de eleitor dos pacientes que procuram a clínica.

"Alguns pacientes levam o título como documento, isso não quer dizer que a gente esteja comprando voto", disse. Campos ainda afirmou que está afastado do hospital devido à campanha eleitoral e que não é administrador do hospital. "Estão querendo vincular meu nome a algo que eu não fiz".

Segundo o candidato do PR, os medicamentos vencidos estavam em um local lacrado e seriam queimados. Com relação à munição encontrada no hospital, Campos alegou serem projéteis que ficaram no hospital após um assalto, e um dos funcionários acabou guardando. "Vou seguir minha campanha normalmente, pois o povo vai perceber a perseguição", completou ele.

 

Sites relacionados

Siga UOL Eleições

Hospedagem: UOL Host