25/08/2010 - 11h51

Gabeira diz que nem ele nem Dilma queriam a democracia pela luta armada

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

O candidato do PV ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, afirmou nesta quarta-feira (25), durante sabatina Folha/UOL, que é um erro considerar que a militância dele e da presidenciável Dilma Rousseff (PT) em grupos armados durante a ditadura militar (1964-1985) visasse a redemocratização do país. A petista usou essa interpretação em seus programas no horário eleitoral obrigatório.

“No caso da Dilma, existem diferenças na apreciação do que foi a nossa atuação”, disse Gabeira. “Todos os ex-guerrilheiros dizem que estavam lutando pela democracia. Mas se você examinar o programa que tínhamos naquele momento, queríamos uma ditadura do proletariado. Esse é um ponto de separação do passado. A luta armada não estava visando a democracia, ao menos não no seu programa", afirmou.

Gabeira disse que, ao contrário do que esperava, a ex-prefeita de São Paulo e candidata ao Senado Marta Suplicy, antiga amiga sua, não pediu desculpas por lembrar que o candidato não era questionado sobre seu passado, apesar de ter participado do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969. “Vamos deixar a Marta momentaneamente de lado”, disse.

O candidato repetiu que o PV não está nem à esquerda nem à direita, embora grande parte do seu eleitorado o conheça por bandeiras consideradas progressistas. “Esquerda e direita é uma volta ao século 20. Não creio que hoje as grandes definições estejam por aí. Todos hoje recusam formas armadas de luta e desenvolvem um processo dentro do capitalismo. Me considero um político que quer avançar no século 21”, afirmou.

Sobre seu envolvimento na "farra" das passagens aéreas da Câmara dos Deputados, Gabeira disse que reconheceu seu erro. “Eu mesmo denunciei. E depois de denunciar, eu devolvi o dinheiro das passagens, devolvi os créditos de mais de R$ 80 mil e formulei as regras que agora estão em vigor. É um mérito da opinião publica. Reconheci o meu erro. Estou tranquilo”, disse. À época, ele admitiu ter caído “no patrimonialismo da política brasileira”.

Confira a íntegra da sabatina com Fernando Gabeira

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