Em uma disputa apertada, o candidato do PSDB ao governo do Paraná, Beto Richa, venceu as eleições já no primeiro turno. O tucano derrotou seu principal adversário, Osmar Dias (PDT).
“Obrigado Paraná. Vitória de todos! Começa um novo tempo de respeito e diálogo”, escreveu Richa em seu Twitter.
Em entrevista à rádio CBN Curitiba, Richa disse que "foi uma disputa muito acirrada porque não é fácil enfrentar o presidente, a candidata do PT, dois senadores, inclusive do meu partido (se referindo ao senador Alvaro Dias, que votou no irmão, Osmar Dias, e não em Beto, apesar de ser do PSDB)”.
"Vou fazer um governo indutor do desenvolvimento e, por isso, minha equipe tem metas a cumprir, vou escolher a dedo os secretários", afirmou o governador eleito.
Richa também prometeu ter um bom relacionamento com os senadores eleitos, Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), ambos da coligação adversária.
Derrotado, Dias também se manifestou. “Agradeço a todos que trabalharam na nossa campanha, a todos que confiaram no nosso projeto, que com garra e entusiasmo acreditaram em nós”, escreveu em seu twitter.
O provável vencedor das eleições no Estado era uma incógnita até a contagem final dos votos, diante da impugnação de pelo menos dez pesquisas de intenção de voto nas duas últimas semanas de campanha, algumas delas solicitadas pelo próprio PSDB.
Apesar de a disputa ao governo do Estado ter sido acirrada até o fim, Richa conseguiu a vitória no primeiro turno, assim como ocorreu nas eleições de 2008, quando foi reeleito prefeito de Curitiba.
Depois de dois mandatos como deputado estadual, um como vice-prefeito de Curitiba e quase cinco anos e meio no comando da administração da capital paranaense, o tucano assume o cargo que foi de seu pai, José Richa, entre 1983 e 1986. Durante a campanha, o ex-governador foi citado diversas vezes por seu filho como principal referência na vida pública.
Campanha
Após estarem do mesmo lado nas eleições de 2006 e 2008, Richa e Dias quase mantiveram a aliança para a disputa deste ano.
Até dias antes das convenções partidárias, em junho, era tida como certa a candidatura do pedetista ao Senado, na chapa encabeçada pelo tucano. Porém, diante de um pedido pessoal do presidente Lula, Dias acabou disputando o governo contra o antigo aliado.
Nome | Carlos Alberto Richa |
Data de nascimento | 29/07/1965 |
Escolaridade | Superior completo |
Ocupação | Engenheiro |
Patrimônio | R$ 4.238.118,72 |
Durante toda a campanha, Richa usou o argumento de que Dias havia garantido a ele que não seria candidato a governador “sob hipótese nenhuma”. O tucano também criticou seguidamente o pedetista por “ter mudado de lado e se aliado aos adversários”, entre eles o ex-governador Roberto Requião (PMDB).
Em resposta, foi taxado de ter abandonado o segundo mandato de prefeito depois de apenas um ano e três meses para disputar o governo do Estado, quebrando a confiança dos curitibanos.
Para se defender, Richa sempre afirmou que atendeu a um chamado da população e que, se pensasse apenas em si, teria sido mais cômodo permanecer no posto de prefeito, no qual tinha grande aprovação.
Criação de um órgão para o combate ao tráfico de drogas no Estado |
Desenvolvimento da cadeia produtiva florestal, incentivando a produção de madeira sustentável |
Construção de 387 módulos policiais no Estado. Estes módulos funcionariam com equipes até 66 policiais, com um oficial em comando. |
Utilização do helicóptero da Divisão de Operações Aéreas para o resgate de vítimas de acidentes de trânsito |
Realizar campanha permanente para estimular a separação de recicláveis. |
Presença tímida de Serra
Um fato que chamou a atenção na campanha de Richa foi a gradativa retirada do presidenciável tucano José Serra dos eventos no Paraná e do horário eleitoral gratuito, na medida em que Serra foi caindo nas pesquisas pela disputa à Presidência.
Também mereceu destaque em todo o país a impugnação obtida por Richa de cerca de dez pesquisas de intenção de voto nas últimas semanas de campanha. Enquanto o tucano alegou que havia erros metodológicos nos levantamentos, os adversários afirmaram que a impugnação tinha relação com a queda dele nas pesquisas.
“Fechamos uma coligação baseada em princípios e afinidades ideológicas, com partidos que impunham a mesma bandeira”
Beto Richa (PSDB), acusando indiretamente o adversário de ter mudado de ladoNos próximos quatro anos, Richa, que é engenheiro civil e natural de Londrina, município do norte do Paraná, terá o desafio de governar o Estado com a quinta maior economia do país, tentando repetir o desempenho que teve na prefeitura de Curitiba. À frente da administração da capital paranaense, foi avaliado pelo Datafolha como o melhor prefeito do país por dez vezes consecutivas.
Além disso, após seu primeiro mandato, entre 2005 e 2008, foi reeleito com 77,27% dos votos e cumpriu o mandato até renunciar para se candidatar à eleição deste ano para o cargo de governador. Quem exercerá o cargo de vice será o também tucano Flávio Arns, que atualmente ocupa o cargo de senador.