23/09/2010 - 19h17

Lula e Dilma intervêm para ala do PT de Minas engajar-se na campanha de Hélio Costa

Rayder Bragon
Especial para o UOL Eleições
Em Belo Horizonte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula e a candidata petista Dilma Rousseff tiveram de dar um “puxão de orelhas” em ala do PT de Minas Gerais ligada ao ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, candidato ao Senado nesta eleição. A intervenção foi feita para que o grupo se empenhasse na campanha do peemedebista Hélio Costa, candidato da base aliada ao governo do Estado.

Segundo fonte do PMDB ligada à campanha, Dilma e Lula protagonizaram a conversa com os “pimentelzistas” no dia 8 de setembro, cinco dias depois de o Ibope divulgar pesquisa mostrando que o tucano Antonio Anastasia havia ultrapassado Costa em 2 pontos percentuais na corrida pelo governo mineiro (segundo pesquisa Datafolha publicada nesta quinta-feira, Anastasia já tem 5 pontos de vantagem sobre o peemedebista). “Foi ali que a coisa começou a mudar”, disse o interlocutor sob condição do anonimato.

Um político ligado ao ex-prefeito havia atribuído a indolência do grupo em relação ao peemedebista a privilégio dado a pessoas ligadas ao ex-ministro Patrus Ananias, candidato a vice na chapa de Costa, em detrimento deles.

Segundo o interlocutor peemedebista, após a bronca de Lula e Dilma, o vice-prefeito de Belo Horizonte, o petista Roberto Carvalho, ligado a Pimentel, e o deputado federal Virgílio Guimarães (PT) entraram na coordenação da campanha em Belo Horizonte.

Coincidência ou não, nos últimos dias surgiram programas eleitorais nos quais Pimentel e Costa passaram a atuar juntos. “Essa conversa de que alijamos o grupo do Pimentel é balela. Até se a mãe dele quisesse participar seria bem-vinda”, disse a fonte, sob condição do anonimato.

Sem corpo mole

Para o vice-prefeito, licenciado da prefeitura desde o último dia 13, o pedido partiu não só apenas de Lula e Dilma mas também de Patrus, Costa e Pimentel. Carvalho minimizou um possível “corpo mole” de parte do PT mineiro e atribuiu a sua entrada tardia ao afunilamento da disputa eleitoral. “Nós temos participado da campanha como um todo. Mas com a reta final exige uma dedicação exclusiva porque é no final que as pessoas decidem [em quem votar]”, disse Carvalho.

Para ele, apesar também de o nome de Costa ter sido imposto por Lula para garantir apoio do PMDB à campanha nacional de Dilma Rousseff, a militância petista mineira continua unida. Após a refrega interna com Patrus, o ex-prefeito Pimentel foi indicado pelo PT mineiro para concorrer ao governo, mas teve de se contentar com a disputa ao Senado. Para tentar arregimentar a militância petista, Patrus foi escalado como vice.

“A militância está toda integrada na campanha. Feridas são normais. A gente tem que saber curar as feridas e rumar ao objetivo. O PT sempre foi assim, nós discutimos muito, mas, na hora que decide, caminhamos unidos”, afirmou Carvalho.
 

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