Candidatos ao governo de Minas Gerais participam de debate promovido pela Rede Record
Em um debate sem sobressaltos nesta segunda-feira (20), os dois principais concorrentes ao governo de Minas Gerais, o candidato à reeleição Antonio Anastasia (PSDB) e o ex-ministro Hélio Costa (PMDB), apegaram-se a ações de seus principais apoiadores para atrair indecisos e tirar votos um do outro, a menos de duas semanas do primeiro turno.
Nas duas horas de confronto na TV Record, o atual governador insistiu nas realizações de seu antecessor e candidato ao Senado, Aécio Neves (PSDB), enquanto Hélio martelou o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Participaram também Luiz Carlos (Psol) e José Fernando (PV). O candidato Edilson Nascimento (PT do B) não compareceu, por motivo pessoal.
Atrás nas pesquisas, o peemedebista reforçou seus vínculos com Brasília desde o início. Citou investimento de R$ 40 bilhões do governo federal em Minas Gerais nos últimos oito anos e atribuiu a Lula o crescimento econômico do Estado. “O governo federal faz um grande esforço e tem uma grande participação na saúde do Estado. Ele (governo federal) que é o responsável pelo Programa Saúde da Família, ele que traz o SAMU e todos os principais programas de saúde são do governo federal”, disse.
Anastasia, que assumiu o cargo depois de Aécio deixá-lo para se candidatar, chamou seu antecessor de “a grande liderança” na política mineira. Ele pontuou avanços na saúde com programa que, segundo ele, reformou e equipou 128 unidades hospitalares em Minas Gerais, além de ter construído 1.600 unidades básicas de saúde. Sobre segurança, o tucano disse que o Estado retornou a níveis de dez anos atrás.
Os dois chegaram a se alfinetar quando o tema foi a construção da “Cidade Administrativa”, obra mais vistosa de Aécio. Hélio atacou seu ex-aliado, mas o fez com moderação. “Ao invés de termos feito o centro administrativo, poderíamos ter feito muito mais pela saúde", disse ele, que liderou a maioria das pesquisas até este mês.
O tucano afirmou que a inauguração do novo centro administrativo irá fomentar o desenvolvimento do “vetor Norte” da capital mineira e disse que os recursos aplicados na construção não foram do tesouro do Estado e, sim, da empresa de investimentos do governo estadual.
Gestão
Esforçados em passar imagem de bons gestores, Anastasia e Hélio procuraram usar isso no debate. O candidato do PMDB acusou o governo estadual comandado pelo tucano de gastar R$ 800 milhões com publicidade para se promover, em vez de investir a quantia na saúde. O ex-ministro ainda colocou na conta tucana a falta de apoio aos cafeicultores mineiros e à baixa remuneração dos professores estaduais.
Anastasia respondeu pedindo “gestão profissional” na esfera federal e citou como exemplo a reforma do Anel Rodoviário, em Belo Horizonte. “Nós estamos passando dificuldade porque o governo federal não consegue apresentar o edital e teve a sua obra agora embargada porque o Tribunal de Contas da União, na esfera federal, identificou, no projeto apresentado pelo governo federal, indícios de superfaturamento", disse.
Ele reclamou ainda das bancadas federais do PT e do PMDB sobre a questão da emenda 29, que trata da fixação do percentual que os Estados devem investir na área da saúde
Os dois candidatos que mal pontuam nas pesquisas tampouco esquentaram o debate. Luiz Carlos (Psol) reclamou do tratamento dispensado pela imprensa aos demais postulantes ao governo do Estado e atribuiu a Hélio e a Anastasia o mesmo modelo de gestão.
“Os dois representam o mesmo tipo de interesses. Um acusa o governo federal, o outro acusa o governo estadual”, afirmou. Ele ainda atribuiu ao “marketing bem-feito” a alta popularidade alcançada por Aécio e por Lula.
José Aparecido (PV) centrou a maior parte dos seus comentários à baixa remuneração que os royalties do minério de ferro proporcionam ao Estado.