13/08/2010 - 02h22

Costa e Anastasia trocam farpas em 1º debate na TV entre candidatos ao governo de Minas

Rayder Bragon
Especial para o UOL Eleições
Em Belo Horizonte

No primeiro debate televisivo da campanha eleitoral deste ano, o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB) e o atual governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), que concorre à reeleição, trocaram farpas na noite desta quinta-feira (12), na TV Bandeirantes. O peemedebista fez várias críticas à gestão tucana, iniciada em 2003 com o então governador Aécio Neves, o que colocou Anastasia na defensiva, obrigando-o a rebater as acusações e listar obras e serviços considerados por ele como positivos na gestão iniciada por Aécio, em 2003.

O debate reuniu cinco dos sete concorrentes ao governo de Minas Gerais que têm representação no Congresso Nacional: Hélio Costa (PMDB), da coligação Todos Juntos por Minas, Antonio Anastasia (PSDB), da coligação Somos Minas Gerais, José Fernando Aparecido (PV), Edilson José do Nascimento (PTdoB) e Luiz Carlos Ferreira (PSOL)

O tom menos áspero figurou nos três primeiros blocos do debate, em que apenas críticas pontuais foram feitas por Hélio Costa e José Aparecido sobre ausência de cobrança de ICMS sobre o minério de ferro produzido em Minas Gerais. Em contrapartida, Anastasia atribuiu à indolência das bancadas federais dos maiores partidos a não aprovação de leis que minimizassem as discrepâncias na arrecadação do Estado. Apenas no 4º bloco, o tom subiu de forma exponencial. Os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas ensaiaram uma discussão mais acirrada.

O tucano foi tachado de mal informado após perguntar ao peemedebista se ele traria para a sua equipe de governo o ex-presidente dos Correios Carlos Henrique Custódio, demitido recentemente pelo Presidente Lula, e que fora indicado por Costa para o cargo.

“Tenho de dizer que além de mal informado o senhor ainda faz parte do lobby paulista que quer destruir os Correios. (...) Os Correios foram escolhidos há 4 meses como a empresa de maior credibilidade, tem 116 mil empregados. O presidente não o demitiu por nenhuma outra razão a não ser por meu pedido que 4 ministros tivessem a responsabilidade de reestruturar os Correios”, disse Costa, que vislumbrou nesse cenário ser natural a substituição do então presidente. Ele garantiu trazer o demitido para a sua equipe caso seja eleito.

Anastasia replicou afirmando que quem deveria estar mal informado era o presidente Lula, por ter tomado a decisão.

“Eficiência deve ser o seu governo, que achata salários dos funcionários do Estado”, devolveu Hélio Costa.

O peemedebista passou então a criticar boa parte dos setores de atuação do atual governo mineiro e afirmou que as poucas melhorias no Estado foram devidas ao progresso que, segundo ele, foi instituído pelo governo do presidente Lula. Na avaliação de Costa, Minas Gerais veio a reboque.

“O Brasil foi bem nos últimos 8 anos, por isso Minas cresceu”, afirmou o candidato do PMDB. “Não houve programa de desenvolvimento regional. A saúde é um desastre. Não existe saúde neste Estado”. Costa também disse que há ausência de investimentos na área social.

Por sua vez, Anastasia procurou elencar o que considerou de mais positivo na gestão tucana. “Nós fizemos um processo de descentralização das saúdes. Fortalecemos os hospitais do interior. Foram 130 hospitais reformados no interior do Estado”, exemplificou. Ele também citou como avanço ter conseguido colocar em dia os pagamentos dos salários dos servidores.

“Conseguimos colocar o salário em dia, e também o pagamento do 13º salário. Muitos não faziam isso há mais de 10 anos e estabelecemos os planos de carreira”, afirmou. Além disso, relembrou ser funcionário de carreira e prometeu reajustes com base no aumento da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias).

Candidatos coadjuvantes

Correndo por fora, Luiz Carlos Ferreira (PSOL), o mais crítico entre os candidatos, abriu sua participação com alfinetadas aos líderes das pesquisas.

“O Estado não merece ser refém de duas candidaturas indesejáveis”, disse referindo-se a Hélio Costa e Anastasia.

Em outro momento, ele ironizou o denominado “choque de gestão”, implantando na gestão tucana de Aécio Neves.

“O choque de gestão foi assim: eletrocutar o servidor público e energizar os bancos e empresas privadas”, disse.

Por sua vez, José Aparecido, do PV, afirmou que, se eleito, irá priorizar as ferrovias e hidrovias, e agregar valor ao minério de ferro produzido no Estado.

“Vamos agregar valor à nossa produção. Vamos ter foco na geração de emprego e renda, com foco no minério de ferro e no café. Minas é o maior exportador de emprego do Brasil”, disse. Ele também criticou a falta de cobrança do ICMS sobre o minério de ferro que sai do Estado.

Mais comedido, Edilson José do Nascimento (PTdoB) evitou polemizar, e fez análises genéricas do seu programa de governo. Nas considerações finais, como de praxe, todos pediram votos.

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