04/10/2010 - 14h00

Apesar de margem apertada, Mato Grosso consolida tradição de eleger governador em primeiro turno

Danilo Macedo
Da Agência Brasil
Em Cuiabá

Com a apuração total dos votos concluída apenas na manhã de hoje (4), Mato Grosso consolidou, apesar da margem apertada, a tradição de eleger seu governador em primeiro turno. O atual mandatário do posto, Silval Barbosa (PMDB), que assumiu o cargo no início do ano, com a desincompatibilização do então governador Blairo Maggi, conseguiu se reeleger com 51,21% dos votos. Assim, evitou um segundo turno com Mauro Mendes (PSB), que saiu da disputa com 31,85%.

Silval votou cedo em Matupá, cidade da qual foi prefeito entre 1993 e 1996, mas veio acompanhar as apurações em Cuiabá. Os cabos eleitorais dos candidatos acompanharam a contagem dos votos em vários telões no Centro de Eventos do Pantanal e se manifestavam a cada lance, como uma torcida de futebol. Por alguns instantes, depois de mais de 70% das urnas apuradas, os resultados parciais indicaram segundo turno.

“Deu um friozinho na barriga, mas sabíamos que no interior teríamos mais votos”, afirmou o eleito, que chegou ao local depois das 21h, quando a vitória já estava confirmada. O governador disse que vai “zerar” a administração e começar a discutir, a partir de hoje, o novo governo, com as alianças que o ajudaram na campanha. As prioridades, segundo ele, serão “dar um ritmo acelerado ao PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]”, resolvendo também problemas de água tratada na capital Cuiabá e na vizinha Várzea Grande, e levar ligação asfáltica a todos os municípios.

As duas vagas para o Senado foram conquistadas pelo ex-governador Blairo Maggi (PR) e pelo ex-procurador da República Pedro Taques (PDT). Maggi, que deixou o governo do estado com popularidade de mais de 80%, não teve dificuldades e conseguiu 37% dos votos. A grande vitória, no entanto, segundo analistas políticos do estado, foi a de Taques que conseguiu a segunda vaga com 24,5% dos votos, deixando para trás Carlos Abicalil (PT) que estava sendo apoiado por Silval, Maggi, pela candidata à Presidência Dilma Rousseff e pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e conseguiu apenas 18,43%.

Taques é conhecido da política local por sua atuação em operações anticorrupção. No entanto, foi a primeira vez que se candidatou a um cargo político. “A população de Mato Grosso não me conhecia como político, mas o horário eleitoral fez isso”, afirmou, explicando sua ascensão nas pesquisas, consolidada com a vitória nas urnas. Aos jornalistas, o futuro senador já deixou claro qual será sua principal bandeira no Congresso.

“Vamos lutar pelo fim da imunidade parlamentar. Parlamentar só pode ter imunidade de opinião, palavra e voto. Não para fazer do mandato um esconderijo para fazer crime”, afirmou.

Quase 21% dos eleitores mato-grossense não compareceram às urnas para votar, número que representa cerca de 438 mil pessoas. Ao longo do dia de votações, 96 pessoas foram detidas pela polícia no estado, incluindo três candidatos a deputado estadual, por crime de boca de urna. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) informou que 54 urnas eletrônicas tiveram que ser substituídas por urnas reservas e, em uma aldeia indígena, a votação teve que ser feita em cédulas de papel.

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