Ficha Limpa pode deixar chapa sem candidatos ao Senado em Goiás

A lei da Ficha Limpa pode tirar da disputa eleitoral os dois candidatos ao Senado da coligação Goiás Rumo ao Futuro (PMDB, PT e PCdoB). Um dos postulantes, Adib Elias (PMDB), foi barrado nessa quinta-feira (12) em decisão do TRE-GO (Tribunal Regional Eleitoral de Goiás), com base na nova legislação. O segundo concorrente, Pedro Wilson (PT), depende da aprovação de suas contas pela Câmara Municipal de Goiânia para ter garantida sua participação nas eleições.

De acordo com o voto do juiz João Batista Fagundes Filho, foram detectadas “irregularidades insanáveis” nas contas de Adib Elias, na época em que ele era prefeito de Catalão, cidade a 280 quilômetros da capital. O candidato teve rejeitados pelo TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) o balanço de 2004 e o balancete de setembro de 2003.

Entre as falhas apontadas, estão pagamentos indevidos e superfaturados a diversas empresas. “As irregularidades evidenciam desrespeito e má administração de recursos públicos”, argumentou o relator.

A defesa do candidato alegou que as contas estão pendentes de recurso no TCM e, por isso, ainda não poderiam ser consideradas rejeitadas. A decisão do TRE-GO, segundo nota divulgada por Adib Elias, é divergente ao entendimento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, por isso, ele vai recorrer.

“A previsão é de que esta questão seja resolvida até o dia 25 de agosto”, diz o comunicado. Até lá, o candidato afirma que vai prosseguir normalmente com a campanha.

Na impugnação do peemedebista, a coligação Goiás Quer Mais, encabeçada pelo PSDB, também argumentou que Adib Elias não foi escolhido em convenção partidária. O candidato alegou que substituiu a candidata escolhida em convenção partidária, Taísa Borguetti Pereira, porque ela renunciou à disputa.

O nome de Adib foi, então, indicado pelas comissões executivas. O TRE-GO acatou a defesa e não levou em consideração esse argumento ao indeferir a candidatura.

Decisão

Já o futuro do candidato Pedro Wilson deve ser decidido na semana que vem. O petista teve as contas rejeitadas pelo TCM quando era prefeito de Goiânia, em 2003. O parecer está na Câmara Municipal, aguardando ser aprovado ou rejeitado pelos vereadores.

Ontem, a Comissão de Orçamento e Finanças aprovou o voto em separado de um dos vereadores, acatando a rejeição das contas. A decisão agora está nas mãos dos 35 vereadores, que devem apreciar a matéria na próxima terça-feira (17).

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