13/08/2010 - 01h45

Favoritos ao governo de Goiás só se enfrentam uma vez em debate morno

Luiz Felipe Fernandes
Especial para o UOL Eleições
Em Goiânia

Não foi no debate de televisão da noite desta quinta-feira (12), que os goianos assistiram a um embate direto entre os principais candidatos ao governo estadual, Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB). A discussão na TV Goiânia/Bandeirantes foi morna e em apenas uma ocasião os dois se enfrentaram pesadamente ao longo de duas horas.

Cinco candidatos participaram do debate: Marconi, Iris, Vanderlan Cardoso (PR), Washington Fraga (PSOL) e Marta Jane (PCB). Cardoso, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas, com pouco mais de 5% das intenções de voto, não adotou o prometido tom ofensivo capaz de romper a polarização entre os dois primeiros colocados.

Do lado de fora do auditório da OAB-GO (Ordem dos Advogados do Brasil, seção Goiás), militantes dos três principais postulantes ao governo estadual acompanharam o programa. Um pequeno grupo de professores, em greve há três meses, protestou na chegada de Iris, ex-prefeito de Goiânia.

No único confronto direto entre os ex-governadores do Estado, Iris quis saber porque Marconi extinguiu órgãos públicos estaduais no primeiro ano de seu governo. “Foi a reforma mais danosa que já se viu na administração estadual”, acusou o peemedebista. A fórmula do debate impediu que eles voltassem a se questionar novamente.

O senador tucano afirmou que assumiu o governo com órgãos sobrepostos. “Resolvi juntá-los para fazer economia”, rebateu. Nas demais perguntas, os candidatos abordaram as propostas nas áreas de capacitação profissional, transporte público e saúde. E evitaram se aprofundar em temas mais espinhosos e polêmicos.

Crise da Celg

No primeiro bloco, todos os candidatos foram questionados sobre propostas para a recuperação da Celg (Companhia Energética de Goiás), afundada em uma crise que custa R$ 6 bilhões aos cofres públicos. Iris e Marconi disseram que vão procurar o governo federal para negociar uma solução.

Fraga propôs a recuperação dos créditos da estatal que, segundo ele, totalizam R$ 3 bilhões. Marta Jane cobrou responsabilização dos culpados pela atual situação da companhia. Vanderlan destacou o acordo firmado essa semana entre o governador Alcides Rodrigues (PP), seu principal cabo eleitoral, e a Eletrobras.

Levados a fazerem perguntas entre si, os candidatos falaram sobre inclusão social, meio ambiente e educação. Fraga criticou o atual governo ao dizer que vários aprovados em concursos públicos realizados nos últimos anos tiveram que recorrer à Justiça para assumirem seus cargos. Vanderlan prometeu chamar os candidatos que não foram convocados na atual gestão.

O único confronto incisivo na primeira parte do debate aconteceu entre Vanderlan e o senador tucano. Ao se referir ao Fundo Protege Goiás, criado em 2003 por Marconi, o candidato do PR acusou o adversário de “fazer graça com chapéu alheio”.

Vanderlan questionou se Marconi devolveria cerca de R$ 165 milhões aos municípios que teriam bancado a maior parte dos recursos do programa. O tucano ironizou o adversário, que foi prefeito da cidade de Senador Canedo durante seu mandato. “Não considero ter feito graça com chapéu alheio quando ajudei o ex-prefeito recursos para pavimentação”, rebateu.

Obra parada
Em um dos poucos momentos de reação do público que acompanhava o debate, o candidato socialista disse que o tucano tem duas obras inacabadas: o Centro Cultural Oscar Niemeyer e o governo que deixou quando assumiu a vaga no Senado. No lugar dele, ficou o vice, Alcides Rodrigues, com quem Marconi rompeu neste ano.

O centro cultural, construído na época em que Marconi era governador, nunca foi concluído e está de portas fechadas. “Inauguramos o Oscar Niemeyer 99,5% pronto. Lamentavelmente este é um governo que não consegue cumprir suas metas”, disse o tucano sobre seu ex-aliado.

No quarto bloco do debate, os candidatos responderam a perguntas de internautas. Cada resposta foi acompanhada de um comentário de outro candidato sorteado. Dois moradores de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, cobraram solução para os constantes racionamentos de água e os problemas no transporte coletivo.

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