29/09/2010 - 01h12

Candidatos atacam alianças e aliados de Casagrande em debate no Espírito Santo

Isabela Bessa
Especial para o UOL Eleições
Em Vitória

Em um debate com poucas propostas e com direito até a análise do cenário nacional de portos e aeroportos, os candidatos a governador no Espírito Santo, o deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e a ex-deputada estadual Brice Bragato (PSOL), direcionaram perguntas e críticas às alianças e aliados do senador Renato Casagrande (PSB).

Com uma aliança que inclui mais de 15 partidos, Casagrande lidera as pesquisas de intenção de voto. Luiz Paulo concentrou seus ataques ao PT, partido do candidato a vice do socialista e sigla do atual prefeito de Vitória, João Coser, cidade anteriormente administrada pelo tucano.

Casagrande questionou a Luiz Paulo se o fato de ter sido vice-governador do petista Vitor Buaiz (1995-1998) o responsabilizaria pelos erros da administração à época. “O senhor tem uma responsabilidade política. O erro do governo do qual o senhor foi vice foi desacreditar o Plano Real e conceder um reajuste salarial pela inflação antiga”, atacou Luiz Paulo, ao dizer que houve ingratidão do PT naquela eleição, que chegou a ter o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no segundo turno.

Na réplica, diante do posicionamento de Luiz Paulo, Casagrande disse que o tucano também tem sua parcela de responsabilidade política pelo insucesso daquele governo. “O secretário da Fazenda naquela época era Ricardo Santos, presidente do PSDB estadual e coordenador de sua campanha¨, destacou. Na tréplica, Luiz Paulo justificou a saída de Ricardo Santos por discordar da postura política e acrescentou que a aliança de Casagrande inclui “todas as forças que derrotaram o governador Paulo Hartung (PMDB) anteriormente”.

Com quem andas
Em outra pergunta iniciada por Casagrande sobre Segurança Pública, Brice Bragato acusou candidatos a deputado estadual do bloco de Casagrande que atuaram nesta área no governo de José Ignácio Ferreira (1999-2002) e que teriam, “por interesses escusos” acabado com programas importantes nesta área. Segundo a candidata, Casagrande abriga em sua aliança membros de grupos de extermínio ligados ao crime organizado, mensaleiros e membros da máfia das ambulâncias.

“Lá na roça onde o senhor nasceu e eu também, há o ditado 'diga-me com quem andas que te direi quem és'. Se o senhor não fosse realmente fazer concessões, nem teria feito aliança com essas pessoas que só funcionam à base do 'balcão de negócios'”, espezinhou Brice. Casagrande respondeu que não tolerará desvios. “Fiz uma aliança com a sociedade capixaba”, retrucou.

Ao ser chamado de “versão mais light do PT”, Casagrande afirmou que Luiz Paulo teria uma obsessão muito grande pela polarização entre PT e PSDB. “Não sou versão light do PT, sou o Renato Casagrande, as pessoas conhecem minha história e meu trabalho. Com esta polarização entre PT e PSDB o senhor vai acabar fazendo no governo o que faz na Câmara, deixando de atuar em favor do Espírito Santo só porque é oposição ao governo federal”, rebateu o socialista.

 

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