Primeiro debate no Espírito Santo termina sem ataques ou polêmicas

Encerrado há pouco pela TV Capixaba, afiliada da Bandeirantes, o primeiro debate entre os principais candidatos ao governo do Espírito Santo ocorreu nesta quinta-feira (12) de forma tranquila, sem ataques, enfrentamentos ou polêmicas entre os concorrentes ao Palácio Anchieta. A ex-deputada estadual Brice Bragato (PSOL), o deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e o senador Renato Casagrande (PSB) responderam a questionamentos feitos pelos adversários e por jornalistas.

Brice Bragato concentrou críticas à gestão do governador Paulo Hartung, às políticas fiscais estaduais, à sequência do governo por Casagrande e ao desempenho de Vellozo Lucas enquanto este esteve à frente da prefeitura de Vitória. Ao final, a candidata pediu contribuições de R$ 50 para sua campanha. Sem fazer críticas ao governo estadual, Vellozo Lucas, que não tem o apoio de Hartung, destacou realizações dos oito anos em que foi prefeito de Vitória, oportunidade na qual sucedeu o atual governador no executivo da capital. Por sua vez, Casagrande elencou o trabalho desenvolvido no Senado e personificou as realizações do governo Hartung nos últimos dois mandatos.

Ao ser questionado por Vellozo Lucas sobre a credibilidade de sua coligação, Casagrande avaliou como "arrogante" a postura do socialista ao tentar desqualificar os partidos de sua aliança. O movimento, a exemplo de outros ocorridos na transmissão, não gerou qualquer reação. No debate, Casagrande chegou a detalhar a importância de ter uma ampla base de partidos aliados para garantir a "segurança e tranquilidade" do eventual futuro governo. O socialista defendeu o fim dos incentivos fiscais para todos os Estados e a manutenção dos atuais benefícios para garantir investimentos para o Espírito Santo, enquanto não houver mudanças no cenário nacional sobre o tema.

Vellozo Lucas, perguntado por Casagrande sobre políticas de combate às drogas, sustentou uma visão de tratamento do problema como uma "questão de saúde pública". "O SUS deveria ter esse atendimento", pontuou o tucano, ao acrescentar a necessidade de "dobrar o efetivo da polícia" para ações de repressão e uma parceria com a Justiça para acelerar julgamentos.

Transportes e Educação

Numa de suas respostas sobre propostas para o campo, Brice Bragato afirmou que os empresários que doaram dinheiro para a campanha de Casagrande estariam "mancomunados", o que gerou direito de resposta ao socialista, que negou a existência de qualquer contrapartida vinculada à contribuição para sua campanha. Sobre Transportes, Vellozo Lucas ressaltou a necessidade de criar uma agência reguladora estadual do transporte coletivo e apontou a criação de corredores exclusivos para ônibus como uma das alternativas para que seja criado um "transporte coletivo eficiente, seguro e com credibilidade".

Com relação à qualificação da mão de obra, Casagrande prometeu ampliar para 97% a presença dos jovens na escola, além de criar em cada município uma escola de ensino médio com educação profissional. O socialista defendeu os investimentos feitos pelo governo federal no Espírito Santo e em estradas, oportunidade em que foi questionado por Vellozo Lucas sobre a falta de investimentos nos portos e aeroporto capixabas. O tucano classificou as aplicações existentes como "moeda de troca" e se disse favorável à estadualização dos portos e aeroporto.

Quando discorreu sobre a interiorização de investimentos, Brice se posicionou contrária à limitação de prazo de um fundo para o combate à pobreza e reclamou a necessidade de empresas locais participarem das contratações estaduais. Para a candidata, Hartung não conseguiu melhorar os índices dos municípios mais pobres e pontuou que o governo teria repassado apenas 13,5% dos 30% previstos da arrecadação. "Para dar certo, o fundo de combate às desilgualdades regionais precisa ser gerido por gente séria e não esse governo que o senhor que representa", asseverou Brice, em fala direcionada ao senador Casagrande.
 

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