29/10/2010 - 00h19

Em debate no DF, Weslian e Agnelo cometem gafes

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília
  • Os candidatos ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) e Weslian Roriz (PSC), em noite de debate na TV Globo, em Brasília, nesta quinta-feira (28)

    Os candidatos ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) e Weslian Roriz (PSC), em noite de debate na TV Globo, em Brasília, nesta quinta-feira (28)

No último debate televisivo antes do segundo turno, os postulantes ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) e Weslian Roriz (PSC), cometeram gafes e não aumentaram o tom dos ataques na noite desta quinta-feira (28), em Brasília, no evento promovido pela Rede Globo.  

 
Quando o tema a ser discutido foi corrupção, a mulher do ex-governador do DF Joaquim Roriz se limitou a questionar o ex-ministro do Esporte sobre seu vice, Tadeu Filippelli (PMDB) – cujo partido tem tradição política de aliança com o PT na região.
 
“Primeiro, que na minha coligação só tem ficha limpa. Meu vice tem experiência de deputado por quatro vezes”, defendeu-se Agnelo, que prometeu “um governo ético e transparente” no qual as contas serão “publicadas na internet”.
 
Quando o assunto veio à tona, o petista negou a veracidade das denúncias e salientou a falta de credibilidade dos denunciantes (duas testemunhas contra o petista que Weslian apresentou) por terem envolvimento em outros crimes. “A senhora tem o conhecimento de quem são essas pessoas? Da ficha policial dessas pessoas?”, indagou.
 
“As verdades são ditas, se aconteceu e se mostrou é porque existe. E se aconteceu isso, que é público e notório, se aconteceu é porque o senhor fez”, argumentou a candidata.
 
Ambos aproveitaram o tempo o terceiro e último bloco no momento de fazer suas considerações finais para também pedir votos aos presidenciáveis. Agnelo chamou por Dilma e Weslian, por Serra.
 
O petista agradeceu a presença da adversária, que compareceu pela segunda vez em um debate televisivo com Agnelo, sendo esta a primeira vez do segundo turno. Em todos os demais programas televisivos e de rádio que os dois foram convidados, ela não apareceu, com argumentação de que era “sua estratégia de campanha”.  
 
Gafes
 
Logo na primeira resposta do primeiro bloco, Weslian chegou a dizer: “A pessoa não vai ter só desemprego, sua falta de emprego, vai ter sua capacitação”.
 
Na ocasião, os dois apresentaram intenções semelhantes em se comprometer com políticas para combater o desemprego e, em paralelo, promover oportunidades de capacitação para a população.  
 
Agnelo também tropeçou nas palavras ao tentar mostrar suas propostas na área de segurança pública. “Para combater a segurança pública, vamos investir na parte cultural da sociedade”, disse.
 
No segundo bloco, ao perguntar ao adversário sobre suas propostas na área de habitação, Weslian começou a questão da seguinte forma: “quero perguntar sobre habitação ao nosso candidato”; depois o chamou de governador, até completar a pergunta.

Agnelo não manifestou nenhuma reação ao ato falho, apenas repetiu sua promessa de construir “100 mil moradias com escritura, água, luz, asfalto e transporte na porta [das casas]”.

Weslian aproveitou o tema para discutir justamente o porquê da mudança de postura do petista que antes criticava “o marido dela por ter loteado o DF e criado cidades” e que, no momento, defende a legalização dos “assentamentos”.
 
Entenda as denúncias contra Agnelo
 
Nesta semana, a candidata utilizou durantes seus programas eleitorais no rádio e na televisão depoimentos de duas pessoas que falaram sobre a suposta participação de Agnelo quando ministro em um esquema de desvio de verba, descoberto e anunciado pela Polícia Civil como Operação Shaolin.
  
A Operação Shaolin teve como alvo duas organizações não-governamentais que receberam R$ 2,9 milhões por meio de convênios com o Programa Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes.
 
O Programa Segundo Tempo foi criado para oferecer atividades esportivas a crianças carentes fora do horário escolar. O candidato Agnelo Queiroz era quem comandava a pasta até 2006.
 
As organizações beneficiadas, a Federação Brasiliense de Kung Fu e a Associação João Dias de Kung Fu, são dirigidas pelo policial militar João Dias Ferreira, que foi candidato a deputado em 2006 pelo PCdoB, legenda que Agnelo era filiado à época.
 
Segundo a Polícia Civil, do montante recebido, R$ 1,9 milhão teria sido desviado para a construção de uma casa em um condomínio nos arredores de Brasília e duas academias de ginástica na cidade-satélite de Sobradinho.
 
Desempenho na pesquisas

 
Pesquisa Ibope divulgada nessa quinta-feira mostra mais uma vez que o candidato petista na liderança com 55% das intenções de voto contra 32% de Weslian. Brancos e nulos somaram 8% e indecisos são 5%. No levantamento passado, divulgado em 15 de outubro, Agnelo tinha 53% contra 35% de Weslian. Brancos e nulos eram 7% e indecisos, 5%.
 
Houve um crescimento do petista também com relação aos votos válidos (que excluem os brancos, nulos e indecisos), Agnelo vence por 64% a 36%, de Weslian. Na pesquisa passada, a relação era de 60% (Agnelo) e 40% (Weslian).
 
A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa realizou 2.002 entrevistas entre 25 e 27 de outubro e está registrada no TRE/DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal) sob protocolo nº 40.417/2010 e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob protocolo nº 37.517/2010.
 
Na pesquisa Datafolha mais recente, divulgada nesta terça-feira (26), Agnelo tem 65% dos votos válidos contra 35% de Weslian. Pelos votos totais, Agnelo apareceu com 55% das intenções de voto, enquanto a mulher do ex-governador Joaquim Roriz teve 30%. Votos brancos e nulos totalizaram 7% e os indecisos, 8%. O levantamento foi feito com 1.112 eleitores e a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

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