04/10/2010 - 01h07

Marina conquista 41% dos votos no DF; para analista, brasilienses estão "mais criteriosos"

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília

O eleitorado brasiliense apostou em uma proposta “alternativa” nestas eleições: 41% deram seu voto a Marina Silva (PV) para presidente. Em segundo lugar, ficou Dilma Roussef (PT) com 31%, e José Serra (PSDB) em terceiro com 24%.

Na capital federal, os eleitores esperavam ver um segundo turno entre as duas presidenciáveis que compuseram a equipe ministerial do governo Lula –Marina, como ministra do Meio Ambiente e Dilma como ministra-chefe da Casa Civil.

Para o cientista político da UnB (Universidade de Brasília), Ricardo Caldas, os brasilienses estão se tornando “os novos cariocas”, no sentido de buscar uma alternativa aos postulantes tradicionais.

“O eleitor brasiliense está mais criterioso. É mais informado. Queria uma coisa nova. Já conhecia a atuação de Serra como governador de São Paulo e Dilma, como ministra primeiro de Minas e Energia e, depois, da Casa Civil. Quem melhor representou a ‘3ª via’ é a Marina”, avaliou o professor.

Com um eleitorado de 1.833.942 votantes, a presença dos eleitores foi de quase 85 %. Os votos brancos somaram 2,1% e os nulos, 3,87%.

Governo estadual
No entanto, a complexidade da composição do eleitorado se viu na votação para governador, que não seguiu a mesma tendência das eleições para presidente.

Os eleitores deverão voltar novamente no dia 31 de outubro para definir quem comandará o Palácio do Buriti. Para governador, haverá segundo turno entre o ex-ministro do Esporte do primeiro governo Lula, Agnelo Queiroz (PT), e Weslian Roriz (PSC), mulher do ex-governador de DF, Joaquim Roriz (PSC).

Com relação ao resultado regional, Caldas ressalta que há uma parcela significativa da população que é “muita grata a Roriz”. “Em especial entre aqueles de baixa renda que receberam terrenos e casas, quando ele era governador.”

O cientista político destaca ainda que a solidariedade à candidata que "entrou na campanha por amor ao marido" e o "fato dela não ter se saído bem nos debates" pode ser um dos elementos que chamou a atenção do eleitorado mais humilde no apoio a Weslian.

"Ainda tem muita gente que desassocia Weslian de Joaquim Roriz. Há quem acredite que quem sabe eles podem ter práticas diferentes. E até as donas de casas, que pensam: por que uma mulher como ele não pode nos representar”, completou.

 

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