13/08/2010 - 02h26

Em debate no DF, Roriz admite que mensalão do DEM pode ter começado em seu governo

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília

Debate no DF

  • Candidatos ao governo comentam encontro na TV

Três dos quatro candidatos ao Palácio do Buriti, Agnelo Queiroz (PT), Eduardo Brandão (PV) e Toninho do PSOL, se apresentaram na noite desta quinta-feira (12), no primeiro debate televisivo promovido pela Band, como alternativas para a população do Distrito Federal ao candidato do PSC, Joaquim Roriz.

A declaração mais polêmica ocorreu quando Roriz admitiu a possibilidade de o mensalão do DEM ter começado em seu governo. “Eu não posso afirmar se começou ou não no meu governo, pode até ser, mas eu não conhecia a moral e a personalidade de todos os meus auxiliares”, disse. Roriz afirmou que recebeu indicações e chamou as pessoas por meio de analise de currículos.

O esquema descoberto pela Polícia Federal tinha servidores e prestadores de serviços do governo do Distrito Federal envolvidos com pagamentos de propinas, fraudes em licitação, desvio de verbas públicas, entre outros crimes.

Desde o início do debate, os principais problemas da capital federal como ineficiência do transporte público coletivo, invasão e apropriação irregular de terra, e deficiências nas áreas de educação, saúde pública e segurança foram creditadas aos governos anteriores, tendo Roriz como governador por quatro mandatos.

Roriz teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, barrado pela Lei Ficha Limpa. Mesmo impugnado, ele pode fazer campanha e ainda lidera as pesquisas de opinião.

Primeiro bloco
No bloco de apresentação, os candidatos já definiram o tom que usariam durante todo o programa, justificando as motivações que os levaram a participar da disputa eleitoral. Roriz defendeu que sua motivação ”não foi pessoal”, mas sim uma reposta ao apelo da sociedade. “Não é a minha vontade pessoal. É o povo que me pede para voltar”, afirmou.

Agnelo Queiroz afirmou que seguiu o exemplo do governo Lula e conseguiu reunir em sua coligação 11 partidos e que pretende “resgatar a transparência e a honra da política”. O vice de sua chapa, o deputado federal Tadeu Fillipelli (PMDB), é da legenda que estava coligada com o governo Arruda e não tinha tradição de apoio ao PT.

Toninho do PSOL fez questão de se colocar como o “do contra” entre os concorrentes. “Sou candidato do contra: contra a corrupção, contra a bandalheira, as alianças espúrias para estas eleições. Por isso, sou candidato do contra”, explicou.

Eduardo Brandão (PV) se alinhou ao modelo adotado pela candidata da legenda à Presidência da República, Marina Silva, de conciliação entre oposição e situação e promessas de trabalhar de forma integrada entre as diferentes secretarias para combater vários problemas ao mesmo tempo. Brandão foi secretário de Meio Ambiente do Governo Arruda.

Ataques a Roriz
Já no início do segundo bloco do debate, os ataques mais fortes se concentraram em Roriz. Questionado por que renunciou ao mandato como senador, ele alegou que o fez por “decisão pessoal”.

Outro destaque foi a saia justa criada por Toninho do PSOL para o candidato petista ao perguntar se Queiroz não seria refém de barganhas dos partidos coligados e o que acha de ter em sob sua chapa nomes de citados na Operação Caixa de Pandora, que levou a público o caso de corrupção no Executivo e Legislativo do DF nos últimos anos. “Não tenho compromisso com o erro de ninguém, quem tiver erro irá responder nas instâncias devidas”, disse ao assumir que traria para si responsabilidade de tudo que ocorresse no governo, caso fosse eleito.

Consenso
Todos defenderam a regularização de terrenos em áreas nobres e prometeram providenciar a limpeza do Lago Paranoá e a retirada da terra das bacias hidrográficas que sofrem erosão. Houve consenso também na regularização do uso das vans, desde que não substituam as linhas de ônibus, mas sirvam de apoio em regiões carentes. Sobre o combate às drogas, Agnelo prometeu criar uma secretaria exclusiva para esta finalidade. E, ainda nesta área, Roriz disse que iria construir a “cidade da saúde”.

Apesar de ter sido dedicado apenas as comentários finais dos candidatos, o destaque ficou para o Agnelo Queiroz , que teve o direito de resposta à acusação que recebeu de Roriz de “não respeitar áreas verdes” sobre uma denúncia de irregularidade na mansão do petista. Agnelo chamou a atitude de Roriz de “apelativa” e disse que sua casa é de “classe média” e está de acordo com os rendimentos dele.
 

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