04/10/2010 - 11h11

Além de se reeleger, Wagner leva as duas cadeiras do Senado e maioria na Assembleia baiana

Heliana Frazão
Especial para o UOL Eleições
Em Salvador
  • Jaques Wagner vota na Bahia

    Jaques Wagner vota na Bahia

Mais que a vitória no primeiro turno, com uma vantagem não prevista nem mesmo pela pesquisas de opinião, 63,83% de aceitação do eleitorado, o governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), levou também as duas cadeiras para o Senado, com o voto casado nos deputados federais Walter Pinheiro (PT), 31% e Lídice da Mata (PSB) 28,90%, além da maioria na Assembleia Legislativa do Estado. Serão pelo menos 40 deputados estaduais na base, dos 63 que compõem a Casa Legislativa. Desses, 26 foram eleitos pela coligação que apoia Wagner, "Pra Bahia Seguir em Frente" (PT,PRB,PP,PDT, PSL, PHS, PSB, PCdoB).

Pesquisa de boca de urna Ibope divulgada logo após o encerramento da votação, conferia 59% dos votos ao petista, contra 18% de Paulo Souto (DEM), segundo colocado na disputa pelo Palácio de Ondina. Souto saiu das eleições empatado tecnicamente com Geddel Vieira Lima: foram 16,09% e 15,56% respectivamente.

Wagner se elegeu avalizado por 4.101.270 milhões de votos. Ele descartou conversar, por agora, com o PMDB. “Não há previsão de conversar com quem foi da oposição, a naturalidade dos fatos é eu conversar com aqueles que foram parte da construção desse projeto”, antecipou o governador reeleito, que interpretou o resultado como uma vitória de seu projeto político. “Eu dizia o tempo todo que essa não era uma guerra de administrações, era uma guerra de projetos políticos”, analisou.

Principal adversário de Wagner na disputa, o ex-governador Paulo Souto apontou o uso “exagerado” da máquina na vitória do petista que, no seu entendimento, cooptou parte da sua base eleitoral de forma cirúrgica. “Em três anos, o governo do Estado investiu R$ 170 milhões em convênios e nos últimos seis meses quase esse mesmo valor. Isso foi feito para cooptar adversários, teve efeito e influenciou no resultado”, avaliou Souto.

Geddel foi mais duro ao final das apurações: “Eu não perdi para Wagner, perdi para Lula”, disse, reclamando da falta de ajuda do presidente e da retirada do apoio de Dilma, cerca de15 dias antes das eleições. Resta saber para quem vai o seu apoio na Bahia, segundo turno da campanha presidencial. Souto já adiantou que reunirá a base para trabalhar forte pela eleição do candidato do PSDB, José Serra.

Surpresa para o Senado

A surpresa este ano na Bahia ficou por conta da derrota do senador César Borges (PR), que, diferentemente do que apontavam os institutos de pesquisa, teve um desempenho pífio nas urnas, com 13,52 % dos votos válidos.

Borges preferiu não atribuir a sua derrota ao fato de ter se distanciado do PT na campanha, se alinhando ao PMDB. Mas num discurso próximo ao de Paulo Souto, falou sobre o desequilíbrio das forças, com o governo de um lado fazendo o “uso da máquina e cooptando prefeitos”, e de outro, o apoio do presidente Lula e da presidenciável Dilma Rousseff aos candidatos a senador Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro (PT).

“Esse foi um fator com o qual eu não contava, pois faço parte da base do presidente Lula. A presença dele aqui, pedindo ao eleitor para votar nos meus adversários, e também Dilma, que havia assumido o compromisso de prestigiar os dois palanque se depois retirou”, comentou.
 

Sites relacionados

Siga UOL Eleições

Hospedagem: UOL Host