Com apoio "exclusivo" de Lula na Bahia, Jaques Wagner é reeleito governador

Carioca de nascimento e baiano de coração, como gosta de dizer, o governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner, enfrentou uma eleição sem muitos percalços. Com uma aprovação de mais de 40% do eleitorado desde maio deste ano, o petista consolidou a força do partido no Estado com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Apesar da tranquilidade com as pesquisas de intenção de voto que há meses o colocavam na liderança, Wagner teve que dividir o apoio de Lula com o adversário e ex-ministro do presidente Geddel Vieira Lima (PMDB).

O acordo para aliança nacional PT-PMDB previa dois palanques no Estado. A coligação vencedora "Pra Bahia Seguir em Frente" é composta por PT, PP, PSB, PDT, PCdoB, PRB, PSL e PHS.

A situação ficou mais ou menos estável, com alguns constrangimentos de parte a parte, até meados de setembro, quando azedou de vez.

Lula já vinha manifestando apoio claro a Wagner desde o lançamento da campanha, mas quando a candidata do presidente à Presidência da República negou apoio ao candidato do PMDB, o acordo azedou.

O PMDB do ex-ministro do governo Lula retirou todas as imagens do presidente e de Dilma na reta final da campanha. O candidato a vice na chapa a presidente do PT, o peemedebista Michel Temer foi à Bahia para tentar amenizar a crise.

Temer disse que entendia a posição da companheira de chapa e via na decisão uma opção partidária. Havia o temor que, contrariado, Geddel manifestasse apoio à candidata do PV, Marina Silva.

Trajetória

Nascido em 1951, engenheiro por formação, Wagner começou na política na época da faculdade no Rio de Janeiro. Participou do movimento estudantil, foi perseguido pelo regime militar e acabou indo para a Bahia, em 1974, onde conseguiu o primeiro emprego na indústria petroquímica.

Em Salvador, entrou para o movimento sindical, onde conheceu Lula. Ajudou a fundar o PT e foi o primeiro presidente do partido na Bahia. Em 1990, foi eleito deputado federal, reelegendo-se em 1994. Disputou pela primeira vez eleição para o governo da Bahia em 2002.

No governo Lula, foi ministro do Trabalho e Emprego e assumiu a Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social da Presidência da República. No auge da crise do mensalão, foi o articulador político do governo como ministro das Relações Institucionais.

Jaques Wagner é casado, pai de três filhos e um enteado.

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