21/09/2010 - 01h34

Candidatos se unem contra Wagner e miram criminalidade em debate na Bahia

Heliana Frazão
Especial para o UOL Eleições
Em Salvador
  • Candidatos ao governo baiano participam de debate na TV Itapoã, afiliada à Rede Record

    Candidatos ao governo baiano participam de debate na TV Itapoã, afiliada à Rede Record

Pela terceira vez nesta campanha eleitoral e a segunda nesta semana, os candidatos ao governo da Bahia se enfrentaram na noite desta segunda-feira (20) em debate promovido pela TV Itapoã, afiliada da Rede Record.

Mais uma vez o governador Jaques Wagner (PT), que pleiteia a reeleição, foi o alvo preferencial dos quatro outros concorrentes que participaram do programa. Em cada resposta havia uma crítica ao atual gestor estadual. A exemplo dos debates anteriores, o crescimento da violência foi o tema predominante.

Já no primeiro bloco Jaques Wagner foi questionado sobre sua proposta para conter os índices da criminalidade. Ele elencou parte das suas ações no primeiro mandato e prometeu manter o planejamento que está sendo posto em prática, com avaliações semanais. Também o ex-governador Paulo Souto (DEM) foi indagado sobre as suas propostas para conter o avanço da criminalidade.

O democrata defendeu uma conjugação de repressão com políticas de inclusão social, a exemplo do programa Viva Nordeste que implantou no bairro do Nordeste de Amaralina, conhecido pelos elevados índices de violência. “Na Bahia, o governo não tem sido capaz de reduzir os índices, sacrificando a vida dos baianos”, afirmou Souto.

No segundo bloco, Luiz Bassuma (PV) ressaltou que Salvador é uma das capitais que mais matam, porque não há distribuição de renda. “ Indicadores sociais em queda, levam a violência em alta”, disse.

Geddel Vieira Lima (PMDB) acusou Wagner de dever R$ 19 milhões à prefeitura de Salvador pelo Samu, de não repassar o custeio do Programa Saúde da Família e ter inaugurado, na semana passada, o Hospital do Subúrbio, na capital, apenas para aparecer na campanha eleitoral, Já que a unidade médica ainda não está atendendo plenamente.

Marcos Mendes, do PSOL, acusou Wagner de prometer e não cumprir em relação ao pagamento de URV dos servidores públicos, do aumento do salário dos policias entre outros pontos. Geddel completou classificando como enganosa a propaganda do governo com relação à geração de empregos nos últimos quatro anos.

“Não conheço as empresas que geraram tanto empregos”, disse o peemedebista, acrescentando que o Estado tem feito muito pouco nesse sentido, ao que Paulo Souto concordou, observando não haver ações efetivas para a atração de novas empresas na Bahia.

Bassuma destacou a existência de cerca de 400 mil jovens expostos à droga, em Salvador, por falta de programas de educação social, lazer e cultura. “Isso também é responsabilidade de governo”, afirmou o candidato do PV. Indicadores tristes tema a Bahia em muitas áreas.

No terceiro bloco, Geddel citou números do PNAD/IBGE sobre o crescimento do trabalho infantil na Bahia, e afirmou que Jaques Wagner, quando Ministro do Trabalho, não conseguiu reduzir o trabalho escravo no País.

O petista contestou e garantiu que a sua administração irá reagir no combate ao trabalho infantil e ao trabalho escravo, o que motivou uma tréplica irônica do peemedebista: “me espanta que o governo diga que só depois de 4 anos vai reagir a esse drama”.

Bassuma acusou ainda Wagner de colocar gente “incompetente” para comandar a pasta do Meio Ambiente no Estado, levando a uma política ambiental desastrosa na Bahia.

Ao final, Paulo Souto assumiu o compromisso de defender o Estado da Bahia, independentemente do partido que venha governar o Brasil, enquanto Marcos Mendes mostrou que existem dois projetos: o PSOL e o dos que defendem a política do paizão do filho pródigo e do filho prodígio, referindo-se ao governo de Lula apoiado na Bahia por Geddel e Wagner.

Geddel concluiu se dizendo pronto e preparado para governar o Estado, Bassuma encerrou com uma citação de São Francisco de Assis. e Wagner despediu-se pedindo aos eleitores mais quatro anos de governo, e uma oportunidade aos seus candidatos ao Senado, Lídice e Walter Pinheiro, e a Dilma Rousseff, para a Presidência.
 

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