13/08/2010 - 01h24

Candidatos isolam Wagner e focam críticas no atual governo em debate na Bahia

Heliana Frazão
Especial para o UOL Eleições
Em Salvador

Cinco candidatos ao governo da Bahia participaram na noite desta quinta-feira (12) do primeiro debate promovido pela Rede Bandeirantes: Jaques Wagner (PT), Paulo Souto (DEM), Geddel Vieira Lima (PMDB), Luiz Bassuma (PV) e Marcos Mendes (PSOL). Destes, quatro voltaram o foco para o atual governo, bombardeando a administração de Wagner, com questionamentos contundentes sobre áreas críticas no governo, como a segurança pública.

Respondendo à pergunta da produção, no primeiro bloco, sobre como melhorar a vida de 1/3 da população que vive abaixo da linha da pobreza no Estado, Marcos Mendes acusou o governo de criar políticas voltadas para atender aos grandes empresários, e prometeu inverter essa ordem. Bassuma se mostrou como a melhor opção para governar a Bahia, sugerindo um modelo que estimule o humanismo, e tecendo críticas a cada um dos demais candidatos.

Geddel afirmou que as políticas de transferência de renda do governo Lula não foram suficientes para reduzir as desigualdades na Bahia e prometeu avançar em alguns programas. Já o ex-governador Paulo Souto lembrou as realizações da sua gestão, enquanto Wagner destacou os avanços sociais promovidos por programas do governo federal e se disse criado pela mesma cartilha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governador citou os projetos sociais implantados no Estado, como o Luz para Todos e o Bolsa Família, como responsáveis pela transformação que, segundo afirmou, vem ocorrendo na Bahia.

No segundo bloco, quando candidato perguntou a candidato, as críticas à administração de Wagner se acentuaram, como na pergunta de Geddel a Paulo Souto sobre quem teria gasto mais com publicidade. Paulo Souto foi taxativo e disse que a propaganda neste governo foi abusiva com R$ 130 milhões no ano passado. “Propaganda que, inclusive, não retrata a realidade no Estado e anuncia até fábricas virtuais”, ironizou Souto.

Na réplica, Geddel concordou e citou matéria da Folha de S.Paulo, constatando que os investimentos do governo com propaganda, em 2009, foram superiores ao volume de recursos gastos com segurança pública. “Foi um descontrole”, insistiu Paulo Souto. Wagner ouviu ainda uma enxurrada de críticas de Bassuma e Marcos Mendes.

No terceiro bloco, Bassuma atingiu o calcanhar de Aquiles do governo que é a Segurança Pública, citando 44% de aumento nos índices de homicídios e a violência crescente contra as mulheres. Ele posicionou a Bahia como um dos Estados mais violentos do País e perguntou ao governador se reconhecia os erros da sua gestão nesse setor.

Wagner elencou uma série de ações que vem adotando, as mudanças de comando nas polícias Civil e Militar que realizou e observou que está entrando para a história como o governo que mais contratou policiais. O petista atribuiu o aumento da violência à “peste social da modernidade, que é o crack”.

Geddel ao questionar Paulo Souto, manteve o foco no tema da segurança e perguntou o que o ex-governador faria para devolver a tranqüilidade à população. “É grave dizer que fez tanto investimento e os resultados continuam sendo desastrosos. Nossa taxa de violência é seis vezes maior que a de São Paulo”, ressaltou Paulo Souto, referindo-se às considerações de Jaques Wagner.

O democrata sugeriu um plano emergencial de redução das taxas de homicídio e lembrou áreas sob o domínio do crime, em Salvador, onde, disse, nem as ambulâncias do Samu conseguem entrar. “De fato é um problema de gestão”, completou, na tréplica, Geddel, responsável pelas críticas mais contundentes à atual gestão estadual nesta campanha.

O governador ouviu ainda Luiz Bassuma dizer que é preciso tapar o ralo da corrupção na Bahia para sobrar dinheiro para os investimentos necessário em áreas sociais, e citou o nome do médico Otto Alencar, candidato a vice-governador na chapa de Wagner, como favorecido em esquema de corrupção.

No quarto bloco, respondendo a perguntas propositivas de jornalistas sobre assuntos diversos, Luiz Bassuma afirmou que a Bahia é campeã do analfabetismo funcional. Wagner rebateu, garantindo que tem diversificado a economia baiana e já conseguiu gerar 231 mil novos empregos. Mais uma vez o sobre o tema Segurança, principal bandeira de discussão nessa campanha, Wagner foi questionado sobre o que pretende fazer para combater o avanço do crack.

O petista considerou a droga como o grande problema da juventude e falou que tem conversado sobre o assunto com o presidente Lula objetivando um enfrentamento conjunto entre Estado e União.

No último bloco, a provocação final ficou por conta de Geddel, que concluiu dizendo que “não basta ser amigo do presidente para governar, tem que ter projeto”. Wagner aproveitou parte do tempo destinado às suas considerações finais para uma defesa pública do seu candidato a vice, Otto Alencar que no seu entendimento foi “covardemente atacado”, por Bassuma.

“Eu fui convidar o melhor jogador daquele time que a gente derrotou em 2006. Graças a Deus, ele aceitou meu chamamento. Eu quero fazer esta defesa pública. Se Otto estivesse presente, seria mais próprio”, disse Wagner, que afirmou estar fazendo da Bahia um Estado melhor, assim como Lula mudou o país.

Sites relacionados

Siga UOL Eleições

Hospedagem: UOL Host