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23/10/2008 - 15h33

Chefe da fiscalização do TRE diz que vereador assassinado reclamou de ameaças

Diana Brito
Especial para o UOL Eleições
Do Rio de Janeiro
O delegado da 16ª DP, na Barra, Carlos Augusto Nogueira, afirmou que vai pedir nesta quinta-feira (23) as imagens das câmeras de segurança dos prédios próximos ao local do assassinato do vereador Alberto Salles (PSC), na avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O vereador foi abordado por homens encapuzados, que desceram de um carro e efetuaram cinco disparos em sua direção, na manhã de terça-feira (21).

O presidente do PSC, Ronald Ázaro, classificou a ação dos criminosos como "audaciosa". Segundo ele, Alberto Salles não teve proteção das autoridades quando denunciou traficantes de uma favela, que teriam exigido um fuzil para permitir que o político fizesse campanha por sua reeleição na região.

"Nós ficamos espantados com a ousadia da bandidagem quando faz um enfrentamento ao poder público numa das avenidas mais movimentadas da cidade do Rio. Alberto Salles teve a coragem de enfrentar e denunciar. Ele não teve as respostas dos poderes públicos para protegê-lo. Ele representava uma autoridade legislativa", disse Ázaro.

O chefe da fiscalização do TRE, Luiz Fernando Santa Brígida, disse que foi procurado pelo vereador e o aconselhou a prestar queixa na Polícia Federal. Tanto o TRE quanto a polícia informaram que, apesar das ameaças, Salles não pediu proteção.

"Ele fez o registro na PF em julho e mandou uma cópia para mim em agosto. Ele comentou que estava sendo ameaçado por criminosos da comunidade Mundial, em Honório Gurgel (zona norte). Orientei-o a pedir ajuda para a PF. Ele e seu pessoal foram impedidos de entrar na comunidade. Os bandidos chegaram a tomar o material de campanha do Alberto. Mesmo assim, ele não tinha medo", afirmou Santa Brígida.
Dias depois de Alberto Salles e seus cabos eleitorais serem impedidos de entrar na favela Mundial, um assessor dele foi baleado na Pavuna, também na zona norte. Logo depois, Salles começou a receber ameaças de morte.

"Ainda vamos checar várias coisas que ocorreram. Não há inimigos aparentes, pelo que o motorista revelou, mas vamos esperar que ele se acalme para prestar novos esclarecimentos", disse o delegado Carlos Augusto Nogueira, da 16ª DP, na Barra, que investiga o caso.
A polícia já ouviu três pessoas, entre elas o motorista José Natalino da Silva, que foi atingido no ombro, mas já teve alta no hospital, e ainda vai ouvir parentes e amigos de Alberto Salles. Segundo a polícia, a principal pista do crime pode estar nas imagens das câmeras de segurança da PM ou de prédios da região, que possivelmente filmaram a ação dos criminosos.

"Nós também temos que ver o envolvimento dessa pessoa que sofreu essa ação. Temos que ver toda a vida pregressa dessa pessoa para procurar canais que nos possibilite uma investigação que chegue a um resultado", disse o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame.

Parentes e amigos do político disseram que Salles estava muito nervoso com o fato de ter acumulado dívidas de campanha e não ter conseguido a reeleição. Ele estava em um carro oficial, em frente ao hospital Barra D´Or, quando foi baleado.

Enterro



O sentimento de revolta marcou o sepultamento de Salles, ontem (22), no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap (zona oeste). Cerca de 100 pessoas, reunindo familiares, amigos e vereadores, acompanharam a cerimônia.

O corpo de Alberto Salles foi velado na Câmara dos Vereadores, no Centro. A família não permitiu a entrada da imprensa. No cemitério, a cerimônia também foi fechada apenas para amigos e familiares. Aos 36 anos, ele cumpria o segundo mandato como vereador pelo PSC.

Pistoleiros de aluguel



De acordo com a Polícia Civil, pistoleiros de aluguel teriam sido contratados para a execução do vereador Alberto Salles. O delegado responsável pelo caso da 16ª DP (Barra), Carlos Augusto Nogueira, também disse acreditar que os criminosos tenham sido contratados. A versão ainda foi reforçada por duas testemunhas do crime, que foram ouvidas no mesmo dia do assassinato de Salles, na terça (21).

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