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14/10/2008 - 16h27

Em sabatina, Kassab lamenta "insinuações maldosas" de Marta

Rosanne D'Agostino
Em São Paulo

    Em sabatina do jornal "Folha de S.Paulo", o candidato à Prefeitura de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) classificou nesta terça-feira (14) de "insinuações maldosas" e "ato de desespero" as interrogações apresentadas em propaganda da adversária Marta Suplicy (PT), na qual o prefeito é questionado sobre sua vida pessoal, e cobrou a candidata sobre sua campanha.

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    "Ela é a candidata e ela deveria ter desautorizado a sua campanha a fazer isso", disse Kassab, ao comentar fala da petista na sabatina desta segunda, de que ela não sabia da propaganda. "Não acredito [que ela não sabia]. Até porque, se ela não sabe quais são as suas propostas levadas à opinião pública, ela não está preparada para ser candidata", completou.


    Nas inserções da petista, o locutor pergunta: "Você sabe mesmo quem é o Kassab? Sabe de onde ele veio? Qual a história do seu partido?" Em seguida, aparece a foto do prefeito: "Sabe se ele é casado? Tem filhos?"


    Na sabatina realizada com a candidata nesta segunda, a candidata foi questionada sobre se a propaganda trazia "insinuação de homossexualismo". Marta afirmou: "Não acho. É uma pergunta como qualquer outra". Após a polêmica, a campanha de Marta afirmou nesta terça (14) que a propaganda não será exibida hoje. Questionado pela platéia se é homossexual, Kassab disse que não.

    PERGUNTA DA PLATÉIA

    Kassab diz que não é homossexual


    Ainda segundo Kassab, "foi uma falta de respeito com o eleitor, uma insinuação maldosa, mas que isolou a candidata e sua equipe". "Acredito que seja quase uma unanimidade. Não tenho quase nada a declarar, a não ser lamentar o nível que a candidata tentou imprimir na discussão. Não tenho constrangimento em relação a minha vida pessoal. Essa questão não está em análise. O que está em questão é a campanha fazer insinuações maldosas. Ela terá um grande constrangimento na sua vida pública", disse.


    O candidato à reeleição criticou ainda os rumos da campanha petista. "É uma campanha que não está preparada para perder. Acho que é desespero, medo de perder. Todos devem estar preparados para perder as eleições. A minha primeira eleição, eu perdi. E não é por isso que não continuei a minha vida pública. Não é por isso que vou a qualquer preço tentar denegrir a imagem do meu adversário", repudiou.


    Alianças, Alckmin e eleições 2010


    Kassab também afirmou que seu partido, o DEM, deverá apoiar o governador José Serra, que hoje o apóia em sua campanha, nas eleições de 2010. "Nós somos uma aliança em SP, e essa aliança tem um líder, que é o Serra. Eu sou um dos que entendem pela manutenção dessa aliança. Ele vai definir a sucessão no governo. Não dá para saber. Não sabemos nem 2008. É muito difícil saber 2010. A questão vai ser muito mais política do que administrativa."

    ALIANÇAS

    Kassab diz que DEM apoiará Serra à Presidência e PMDB no Senado em 2010


    Sobre as críticas feitas por Marta ao DEM, que atrelou o partido ao conservadorismo e aos coronéis, Kassab disse: "Tenho muita tranqüilidade em apresentar meu partido e minhas alianças. Eu apresento meus companheiros de partido". Sobre sua escolha pelo DEM, completou: "Não acredito que apenas os partidos definem os políticos ideologicamente. O mundo mudou, o mundo é das parcerias, da globalização. Eu não sou nem de direita nem de esquerda. Eu não penso em mudar de partido. Os partidos são referências importantes".


    Kassab também disse que o PMDB, partido de sua candidata à vice, Alda Marco Antônio, não cobrou secretarias em troca de apoio nas eleições. "Quero fazer justiça ao ex-governador Orestes Quércia que, em nenhum momento, foi colocado nenhuma participação e nenhum cargo. Vai quebrar a cara quem apostar que eu vou me afastar do PSDB. Grande parte do nosso governo são companheiros do PSDB. Eu tive a sensibilidade de não confundir o governo com o momento eleitoral. O eleitor esperava de mim isso. A avaliação mostra que eu agi corretamente. Aqui está a minha vice, aprendi a admirá-la. Não tem porque eu fazer qualquer alteração no governo, seria uma falta de respeito com a cidade", garantiu.

    EX-ADVERSÁRIO

    Kassab diz que divergências com Alckmin não atingiram campo da dignidade


    Segundo Kassab, a aliança com o PMDB será para as eleições ao Senado. "Na eleição de 2010, se estivermos juntos, estaremos dando a vaga dos democratas para o PMDB no Senado."


    Sobre o apoio anunciado nesta terça (14) por Alckmin, seu principal adversário no primeiro turno, Kassab minimizou o racha no partido. E evitou comentar o ataque do tucano, que chegou a chamá-lo de "dissimulado". "Quando a eleição acontece em dois turnos, são duas eleições, distintas. No campo político, algumas lideranças entenderam que o PSDB teria que ter uma candidatura própria. Houve divergências mais no campo político. E no campo administrativo também houve poucas. Mas são superáveis, porque não foram pessoais. O PSDB fez uma opção, agora, pela minha candidatura", justificou.


    Kassab também evitou manter as críticas feitas ao tucano no primeiro turno. "Em vários momentos, eu manifestei a simpatia pela nossa aliança no primeiro turno. Seria um equívoco dizer que ele [Alckmin] errou. Falar depois é muito fácil. Poderia ser ele aqui nessa cadeira, e eu o apoiando no segundo turno. Ele não saiu maior nem menor", disse.


    Maluf x Pitta


    O candidato à reeleição voltou a afirmar que se arrependeu de ter apoiado Celso Pitta, de quem foi secretário de Planejamento, mas disse que, contra Luiza Erundina, não mudaria sua aliança. "Quando o apoiei [Maluf] para prefeito, não me arrependo. A Erundina não fez um bom governo e ele era a alternativa. Agora, depois que a gente tomou conhecimento dos equívocos que ele cometeu na vida pública, óbvio que não votaria. Assim como o Pitta", disse Kassab.

    APOIO

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    A pergunta sobre um jantar de solidariedade a Pitta, em que Kassab afirmou que o ex-prefeito "merece toda a confiança", o candidato argumentou que não sabia. "Era ainda um momento em que ele tinha uma boa avaliação, e todos sabem que eu me afastei dele. Jamais participei de nenhum movimento 'Reage Pitta', como diz a minha adversária", disse.


    Trânsito x aumento do rodízio


    Criticado sobre a situação do trânsito na capital e questionado pelos jornalistas sobre se adotará medidas impopulares para resolver o problema, como o pedágio urbano, Kassab afirmou que não irá adotar esta medida.


    "Em relação à afirmação da minha adversária, ela quis fazer uma montagem em edição de programa de televisão", disse Kassab sobre o documento apresentado por Marta no debate transmitido neste domingo (12) pela TV Bandeirantes. "Todos sabem que a minha secretaria encaminhou um projeto, e eu concordo com a visão ambiental, em que estava incluído o item de pedágio urbano. Depois, foi retirado. Ela só quis fazer uma afirmação para a televisão. Eu sou contra o pedágio urbano. Enquanto for prefeito, não haverá, porque é injusto socialmente. Aqui, não há alternativa de transporte público para que se faça pedágio", disse Kassab.

    ELEIÇÃO

    Kassab diz que vai quebrar a cara quem apostar em seu afastamento do PSDB


    Segundo o prefeito, é preciso "investir em transporte público de qualidade". "Soa estranho, mas não tem como não defender a nossa administração, que foi a única que investiu no metrô. Amanhã, estou me encontrando com o governador José Serra, e a prefeitura está dando mais um cheque de R$ 200 milhões para o metrô. Até o final da gestão, será R$ 1 bilhão. E temos o recurso em caixa."


    Com relação a reduzir a área de zona azul, o candidato disse ser favorável. "Agora, aumento de rodízio não haverá, porque medidas recentes tiveram resultado positivo. O trânsito melhorou com a redução dos caminhões, a implantação do rodízio nas marginais. Os caminhoneiros ameaçavam com o caos, já faz três meses da implantação, e a cidade não parou", afirmou. "É evidente que no período noturno piorou, mas está melhorando."


    Financiamento e taxas


    Kassab recusou-se a informar quem são os financiadores atuais de sua campanha à prefeitura. "Existe uma legislação, e aqui o responsável, diferentemente da ex-prefeita, sou eu. E as pessoas quando contribuem, contribuem pensando na legislação. Seria uma falta de respeito revelar. Agora, a qualquer momento, a responsabilidade é minha. Eu sou avalista", disse.


    Alfinetando a adversária, Kassab disse ainda que não irá aumentar as passagens de ônibus em 2009, mas também não vai anistiar os moradores da taxa do lixo cobrada em sua gestão. "O orçamento já foi encaminhado para a Câmara e ela [Marta] precisaria apontar o que seria cortado. Nós tínhamos um compromisso de acabar com a taxa, e acabamos."


    Kassab também elogiou o presidente Lula e atacou proposta de Marta sobre o metrô. "O Lula consolidou a democracia e o Brasil continua crescendo e se desenvolvendo", comentou sobre o presidente. Já sobre Marta, cutucou: "É uma leviandade ela fazer essa afirmação [de que irá construir 47 km de metrô]. É muito desrespeito com o presidente Lula. É piada. Além do mais, o presidente tem sido parceiro da cidade. Eu afirmo com a maior tranqüilidade de dizer que será indiferente que vai ser o prefeito. Assim como o Serra. Só falta alguém achar que ele vai deixar de investir na cidade caso ele não seja eleito", concluiu.

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