No recomeço do horário eleitoral, Marta Suplicy (PT) e Gilberto Kassab (DEM) deram uma mostra de como será a estratégia política adotada pelos dois partidos na reta final das eleições em São Paulo.
A duas semanas da realização do segundo turno, Marta mudou o tom da campanha e optou pelo enfrentamento, numa tentativa de "desconstruir" a gestão do democrata e associá-lo ao malufismo e ao ex-prefeito Celso Pitta (1997-2001), do qual Kassab foi secretário de Planejamento. "Por mais que tente disfarçar, (Kassab) continua identificado com eles", disse o locutor.
Sob o slogan "A esperança vai vencer de novo", Marta também exibiu um depoimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Lula afirmou que, quando Marta assumiu a prefeitura (em 2001), "São Paulo estava quebrada e o Brasil na recessão".
"Esse é o melhor momento para você comparar as propostas e a história política de cada um", defendeu Marta. "Vocês conhecem o meu passado". A locução também lembrou que "Kassab já foi do PL, do PFL e agora é do DEM", numa tentativa de demonstrar uma suposta incoerência política do rival. O DEM (ex-PFL) trocou de nome em março de 2007. "Graças a Deus eles (antigos coronéis do PFL) foram varridos do mapa", disse Marta.
Já Kassab voltou a veicular o jingle "Sorria!", utilizado na primeira etapa da disputa. Ele também enfatizou o fato de ter sido o "campeão" de votos no primeiro e recorreu a imagens de arquivo do governador José Serra (PSDB) ao seu lado. "Comigo não tem taxa nova nem relaxamento", disse, numa alusão à frase dita pela ex-ministra Marta durante a crise aérea.
O prefeito preferiu concentrar a propaganda na divulgação das suas realizações na saúde e na educação. Ele prometeu 15 AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) Especialidades até o final do ano e criticou a gestão petista no setor. A propaganda também defendeu que Kassab "acabou com as escolas de lata deixadas pela Marta".
CenárioAs estratégias distintas têm um motivo. Segundo
pesquisa Datafolha divulgada no dia 9 de outubro, Kassab possui 17 pontos de vantagem sobre Marta. O atual prefeito atinge 54% das intenções de voto contra 37% da petista. A propaganda no rádio e na televisão é considerada pelo PT como uma oportunidade de recuperar terreno na disputa.
O horário eleitoral será veiculado até 24 de outubro, dois dias antes do segundo turno. Cada candidato tem direito a dois períodos diários de dez minutos, além de 15 minutos em inserções em rádio e TV. Serão comerciais de até 60 segundos, veiculados entre 8 e 24 horas, divididas em partes iguais, todos os dias.
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