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28/09/2008 - 23h05

Debate Record: Alckmin e Marta atacam Kassab

Rosanne D'Agostino
Em São Paulo
  • Joel Silva/Folha Imagem

    Alckmin e Kassab trocam ataques; Marta tenta reverter segundo turno


Geraldo Alckmin (PSDB) e Marta Suplicy (PT) escolheram um alvo preferencial de seus ataques no debate promovido pela TV Record na noite deste domingo (28), Gilberto Kassab (DEM). O candidato à reeleição, que briga com Alckmin pela segunda colocação na disputa pela Prefeitura de São Paulo, também atacou os adversários, tentou polarizar com a petista e retrucou o tucano quando o assunto era sua aliança com o PSDB.


Soninha Francine (PPS) e Paulo Maluf (PP) vieram preparados com reportagens e dados um contra o outro e promoveram um debate à parte. Mediado por Celso Freitas, o debate priorizou temas como o transporte, a educação e a saúde, e também reuniu Ivan Valente (PSOL), Ciro Moura (PTC) e Renato Reichmann (PMN).

"Hoje é fácil apoiar o Serra, ele é governador, importante, mas lá atrás, o Kassab apoiou o Pitta e virou secretário dele"

Geraldo Alckmin, em ironia a ataque de Kassab


A primeira pergunta foi para Paulo Maluf, que começou ironizando a briga entre os adversários: "Alckmin e Kassab brigam na sala de visitas e fazem as pazes na cozinha. É briga de comadres". Depois, atacou a adversária petista: "Você é a favor do projeto da Marta de plantar coqueiros na cidade?", em pergunta a Ivan Valente.


Gilberto Kassab (DEM) iniciou sua participação em meio a uma saia justa provocada por uma jornalista da emissora. "O senhor é um político que muda de lado todo momento?", questionou a jornalista, sobre a ligação do candidato à reeleição com Orestes Quércia e com o ex-prefeito Celso Pitta. Kassab defendeu sua aliança com o governador José Serra (PSDB), mas não respondeu ao questionamento.


Geraldo Alckmin (PSDB) aproveitou a deixa para alfinetar Kassab e reforçar ser "o candidato do PSDB". "O aliado do Kassab é o Quércia e coerência é importante", atacou. Apenas após a manifestação de Alckmin, Kassab retrucou: "Geraldo só mudou o discurso dele após cair nas pesquisas".


Segundo turno



Sobre um eventual apoio no segundo turno ao candidato do DEM, Alckmin deu continuidade ao confronto com Kassab. "No outro bloco, ele disse que eu o havia convidado para ser candidato a governador do Estado. A minha vida política não é de acordos nos bastidores, é olho no olho. Aprendi com Mário Covas, com Franco Montoro. Nós criamos um partido. Não perdi o sonho, mantenho as minhas convicções. Como posso convidar alguém se ele é do DEM e eu sou do PSDB? O segundo turno é para distinguir, é um outro momento político. E eu tenho certeza de que nós estaremos no segundo turno", disse Alckmin.

"Alckmin e Kassab brigam na sala de visitas e fazem as pazes na cozinha. É uma
briga de comadres"


  • Paulo Maluf, sobre
    os conflitos DEM-PSDB

"Depois que ele caiu nas pesquisas, Alckmin está irreconhecível", disse novamente Kassab. "Ele me convidou sim, e eu queria lembrar que ele falou aqui em apoios, mas eu larguei o Pittta e ele está com o Pitta agora", afirmou.


"Para mim me ligar ao Pitta, é uma piada", rebateu Ackmin. "Quando ele (Pitta) foi candidato a prefeito, eu apoiei o Serra. Hoje é fácil apoiar o Serra, ele é governador, importante, mas lá atrás, o Kassab apoiou o Pitta e virou secretário dele. Aliás, ele e a sua vice (Alda Marco Antonio)", completou o tucano.


Cópia de projetos


A primeira participação de Marta Suplicy (PT) foi relacionada a uma crítica a sua gestão em SP. Marta afirmou que não irá mais fazer taxas na cidade caso seja eleita, e atacou os adversários. "Nós temos pedágio, um dos mais altos, que foi feito pelo governo do PSDB, também tem IPVA altíssimo", disse, provocando um bate-boca com Kassab.


"Olha, quem dera nós pudéssemos aqui elencar nossas ações, diferentes da Marta", disse Kassab, ao responder à fala petista que o acusou de copiar seus projetos, como o Bilhete Único e os CEUs (Centro Educacional Unificado). "No tempo da senhora, não tinha AMA, expresso Tiradentes, asfalto e recapeamento, central de medicamento, Cidade Limpa", atacou.

"A grande obra do seu governo foi o caos no trânsito"


  • Marta Suplicy, sobre a
    gestão Gilberto Kassab

"A grande obra do seu governo foi o caos no trânsito", disse Marta, irritada. "Eu só ouço o desespero das pessoas com o seu governo", completou. "E você copia e copia mal mesmo. O CEU, fez menor, com piscina com menos metro. Você e o Pitta fizeram essas 'escolas de lata' que eu ajudei a acabar", finalizou.


Ivan Valente também questionou Marta sobre se ela copiou da direita, assim como diz que Kassab a copia, projeto de terceirização da saúde. A petista não respondeu à pergunta, mas aproveitou para criticar Kassab e até ACM Neto, candidato do DEM em Salvador. "Até o papagaio da Bahia me copiou", em referência ao seu projeto de levar Internet grátis para toda a cidade. Em suas últimas inserções, Marta tem mostrado um papagaio para ironizar Kassab.


Os três principais candidatos também trocaram farpas sobre educação. Enquanto Kassab disse que Marta não acabou com as "escolas de lata", provocando a revolta da candidata petista, Alckmin defendeu que, como governador, investiu em creches. Kassab também disse que o tucano teve deficiências e, assim como Marta, deixou "escolas de lata" no Estado. "Tá muito mal informado", rebateu Alckmin. "O Kassab sempre ataca quando não pode mais responder. Igual ao outro debate. O Estado não tem 'escola de lata'", irritou-se o tucano.


Governo Lula


Alckmin também foi questionado sobre que projetos do presidente Lula levaria para a cidade de São Paulo. "A eleição não é federal, então vamos discutir presidência em 2010", disse o tucano. "Aliás, o presidente Lula não é presidente do PT, é presidente do Brasil", completou.


Marta comentou a afirmação e disse que o presidente tem "afinidade de projetos com o município". A petista também rebateu acusação de Alckmin, de que ela deixou a cidade com dívidas. "Eu quero saber que cidade quebrada que tem as contas aprovadas pelo TCU", provocou.


Soninha x Maluf


Em três oportunidades, Soninha Francine (PPS) teve a chance de resolver as "pendências" que disse ter com o ex-prefeito Paulo Maluf ao chegar à sede da emissora. O candidato pelo PP foi o primeiro a criticar proposta de Soninha de investir em ciclovias. "É louvável alguém querer andar de bicicleta, mas achar que essa é a solução para o trânsito", ironizou. Em seguida, disparou: "Qual sua proposta para diminuir a venda de maconha na porta das escolas?"



Soninha, que causou polêmica após aparecer em capa de uma revista dizendo que fumava maconha, respondeu: "A repressão ao comércio de drogas ilícitas deve ser feita pela polícia militar, mas melhor do que isso é investir para que as pessoas evitem consumir substâncias ilícitas".


Soninha foi preparada carregando reportagem do "Estado de S.Paulo" em que Maluf é questionado por afirmação feita ao repórter sobre Marta Suplicy: "Não tenho provas, mas alguns vereadores do meu partido saíram para formar a base de apoio do PT", disse Maluf sobre a petista, supostamente a acusando de comprar apoio.


  • Divulgação/Band

    "Tiroteio" entre candidatos marcou debate na TV Bandeirantes

No último debate, promovido pela TV Bandeirantes, Maluf havia desafiado Soninha a apontar quem eram os corruptores que, segundo ela, seriam os responsáveis por comprar projetos na Câmara Municipal.


"Você fez uma pergunta pertinente", disse Maluf. "Foi você, como vereadora, quem foi chamada na Comissão de Ética para explicar as suas acusações (de que vereadores se vendem para aprovar projetos). Você acusou seus colegas, você conviveu com eles todos. Você agrediu a Marta Suplicy, mas ela é honesta, você acusou José Serra, honesto, Gilberto Kassab, que é honesto. Agora, você foi eleita pelo PT. E, no meio do caminho, foi pro PPS. Você deve responder por esta fidelidade partidária", acusou Maluf.


Soninha, mais uma vez, tentou rebater a argumentação de Paulo Maluf e disse que já explicou a sua saída do partido. "Soninha, foi você que fez essa agressão. Quero defender a Marta, o Serra e o Kassab, porque eles não compraram ninguém. Há 41 anos estou no mesmo partido, não tive encantos para mudar de partido. Você que tem que explicar que encantos recebeu para mudar", finalizou Maluf.


Chegada dos candidatos


O primeiro candidato a chegar à emissora foi Gilberto Kassab, cujos coordenadores afirmaram esperar um debate "quente". Em seguida, o prefeito disse não acreditar que seria alvo dos ataques de Alckmin. "O debate é a oportunidade de mostrar o que fizemos na administração", afirmou.


Já Geraldo Alckmin chegou ao debate acompanhado do vice Campos Machado e da mulher Lu Alckmin e negou que concentraria ataques em Kassab. Mais uma vez, Alckmin disse estar "zen".


Marta Suplicy preferiu não polemizar com os concorrentes. "Quem está a fim de ouvir gente falando mal dos outros na TV?", questionou.

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