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24/09/2008 - 12h59

Em sabatina, Marta atribui caos no trânsito a Kassab e Serra e diz que adversários a copiam

Da Redação

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    Em sabatina realizada nesta quarta-feira (24) pelo jornal "Folha de S.Paulo", a candidata à Prefeitura de São Paulo Marta Suplicy (PT) afirmou que seus adversários na disputa "copiam suas propostas", atribuiu o caos no trânsito da cidade à atual administração, de Gilberto Kassab (DEM), que sucedeu o agora governador José Serra (PSDB), e afirmou não vai concorrer a nenhum cargo nas eleições em 2010. Para a candidata, o nome natural de Lula será o de Dilma Roussef, ministra da Casa Civil.


    "Essa administração (Serra-Kassab) só fez 7 km de fura-fila. Essa situação (do trânsito) é resultado da falta de planejamento", disse Marta que, caso seja eleita, prometeu que sua primeira ação será investir na CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). "Essas coisas eles não fizeram."


    Para a candidata, os dois maiores problemas da cidade atualmente são a crise no trânsito e o problema da saúde. "Quem usa o serviço público, sabe que a propaganda na televisão é fantasiosa", alfinetou.


    O que você achou do desempenho de Marta?

    Marta disse ainda que sua maior frustração foi, após ter perdido a reeleição em 2004, não ter podido investir em transporte. "Foi muito duro perceber isso (o que Kassab e Serra fizeram) como paulistana."


    A petista afirmou que se sentiu "injustiçada" de ter tido que ouvir de Serra que ela deixou a prefeitura com dívidas. "É parcial (a afirmação de Serra), porque não corresponde à realidade. Nós tínhamos as contas aprovadas pelo TCU, pela Câmara e pelo Supremo Tribunal Federal, porque nós cumprimos a Lei de Responsabilidade Fiscal", defendeu. "Ele insiste em falar isso, mas eu estou dando os dados."

    Trânsito

    Marta diz que Kassab não investe em transporte e espera cooperação de Serra no metrô


    Em seguida, atacou a gestão PSDB-DEM, que a sucedeu. "Eles não sabem planejar. Se eles deixarem com superávit, eu vou usar muito bem o recurso. Eles não têm capacidade de gestão", criticou.


    Marta também afirmou que a gestão Kassab apenas continuou seu projeto dos CEUs (Centro Educacional Unificado) por pressão popular. "Os demos-tucanos foram contra. Podiam ter feito no dia seguinte. Nós deixamos 24 terrenos comprados e eles estão entregando apenas 13", disse.


    Apoio no segundo turno



    Apesar das críticas, Marta não descartou o apoio dos adversários em um possível segundo turno. A atual líder das pesquisas na capital afirmou que aceitará o apoio do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o candidato à reeleição, Gilberto Kassab. "Os eleitores de todos esses partidos são vitais para ganhar o segundo turno", disse a candidata, que considera que a relação dos rivais está deteriorada.


    Segundo turno

    Marta diz que relação entre Kassab e Alckmin está "deteriorada" e que aceita apoio de todos

    Sobre seu alto índice de rejeição - na última pesquisa Datafolha, 34% dos entrevistados declararam que não votariam nela-, a petista disse que tem a ver com o PT. "Mas quando a pessoa compara, vê o que o PT está fazendo nacionalmente. O que o Lula propõe nacionalmente é o que nós já fizemos e propomos agora em São Paulo", afirmou. Segundo ela, sua candidatura será vitoriosa se os eleitores compararem propostas. "Os outros candidatos copiam, mas o povo não se engana."


    Polêmica sobre o metrô



    Sobre a promessa feita por Marta nestas eleições, de levar metrô para a periferia, mesmo a responsabilidade sendo do governo do Estado, a candidata alegou que está apta a fazer a promessa "pelo bom senso do governador". "Porque quem decide o metrô em São Paulo é o Estado. A prefeitura e o governo federal podem fazer um aporte de recurso", afirmou. A polêmica gira em torno de reportagem que afirmou que Lula não destinou recursos do orçamento para o metrô paulista.


    Ela voltou a prometer R$ 490 milhões no metrô e disse que conversou com o presidente Lula, que lhe garantiu o aporte. "E agora nós vamos sentar com o governador. Eu tenho certeza que ele tem interesse de investir", disse. Marta também confirmou que o presidente irá enviar o aporte, qualquer que seja o prefeito eleito. "O presidente tem sido muito republicano na distribuição de seus recursos."


    Câmara

    "Quem tem que responder é o Kassab", diz Marta, sobre denúncias de Soninha

    Sobre a atual administração de José Serra frente ao governo do Estado, Marta afirmou: "Não tenho condição de avaliar". "Se ele não estiver agilizando o metrô, seria um equívoco gigantesco, porque ele será cobrado", referindo-se à Copa do Mundo.


    Marta também repudiou o pedágio urbano e defendeu o Bilhete Único. "Quando entrei na cidade, eram 10 mil ônibus caindo aos pedaços, 8 mil vans, uma máfia, um desastre. Tivemos todo um impasse. Não queriam a catraca eletrônica, tivemos ameaças de morte. E depois a implantação do bilhete, que era inédito. E deu certo, junto com os corredores de ônibus", disse.


    Por fim, afirmou que também pretende congelar a tarifa de ônibus. "Eu acho que é possível não aumentar", afirmou Marta sobre a propaganda de Kassab que promete não aumentar a passagem até o final de 2009. "Mas eu banco mais, eu banco recarregar na catraca, na catraca, na catraca", relembrando seu jingle.


    Internet e os CEUs



    "Em São Paulo tem que pensar grande, tem que pensar para frente", disse Marta, defendendo seu projeto de oferecer sinal de Internet gratuita para toda a cidade. "O Brasil é o país, dos emergentes, que mais investe em tecnologia. São Paulo tem que acompanhar esse salto tecnológico", comentou, defendendo que vai fazer na cidade um "Silicon Valley" -referência ao Vale do Silício, região na Califórnia famosa por inovações científicas e tecnológicas.

    Cópia

    Marta critica gestão DEM-PSDB, e diz que eleitor percebe sua "afinidade"
    com governo Lula


    A candidata também defendeu os CEUs, criados em sua gestão, e criticou os feitos por Kassab. "É essa coisa que eu falo do PSDB-Demo, finge que faz. Inaugura só com a parte pedagógica", atacou Marta, dizendo que os atuais centros possuem menos lugares nos teatros e custam mais caros. Sobre o custo elevado do projeto, Marta retrucou: "Ele (Kassab) que tem que explicar isso."


    Taxa do lixo



    Marta Suplicy (PT) foi questionada por um eleitor sobre a polêmica "taxa do lixo" implementada em sua gestão. "Foi muito difícil a recomposição após o governo Pitta", alegou a candidata. "O transporte tinha que ser consertado, a educação tinha mil pleitos, a saúde tinha o PAS. Eu comecei a pensar no que seria feito", argumentou.


    Segundo ela, a idéia partiu de integrantes do então governo, a fim de resolver outros problemas da cidade. "Eu acho que nós erramos a mão, mas foi bem explorado pela oposição", avaliou.


    Presidência e adversários



    "Esse sonho, a pessoa nunca pode jogar fora", disse Marta ao ser perguntada sobre se sonha em ser presidente um dia. Para ela, seus grandes acertos foram Bilhete Único e CEUs. A candidata é favorável à lei do cigarro em trâmite na Câmara Municipal e defendeu que a lei do aborto deve ser respeitada.


    O último livro lido por ela foi "A filha do canibal", e o último filme, "Lemon Tree". Seu ídolo é Madonna. O melhor político do país, "Lula, óbvio". Uma referência política mundial, "Roosevelt foi um grande presidente". Marta também é contra a descriminalização das drogas, que acredita ser uma "questão de saúde pública", e não escolheu adversário para um segundo turno. "Adversário a gente não escolhe, a gente enfrenta."

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