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23/09/2008 - 13h11

Em sabatina, Alckmin diz que Kassab é "dissimulado" e o acusa de querer "desconstruir o PSDB"

Da Redação

O ex-governador e candidato à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta terça-feira (23) que seu adversário na disputa Gilberto Kassab (DEM) é "dissimulado", que manipula a opinião pública e apenas usa o partido que elegeu o tucano José Serra prefeito "para levar discórdia". "Não é correto ter como estratégia única e exclusiva minar um outro partido para se manter no poder, parece deplorável", disse o candidato, em sabatina realizada pelo jornal "Folha de S.Paulo".


Alckmin defendeu ser o candidato oficial do PSDB e afirmou que Kassab apenas quer manipular a opinião pública dizendo ser apoiado por José Serra.

Assista à íntegra da sabatina


    "Quero lamentar o fato de que, desde o início, o prefeito Kassab, que chegou indiretamente à prefeitura, só tenha uma única estratégia: destruir o partido que o levou ao poder, para se manter. Ele usa o PSDB para levar discórdia, o que nos parece deplorável. De forma dissimulada", atacou Alckmin.


    " Eu não mudei nada. Você nunca vai ver um ataque meu pessoal a quem quer que seja. As pessoas precisam ver que Kassab é Kassab, Geraldo Alckmin é Geraldo Alckmin. Não há nenhuma ofensa. São fatos. Política são fatos. Quando apoiamos Serra, Kassab estava com Celso Pitta. Depois, com Paulo Maluf. Nós apoiamos com Mário Covas", alfinetou.


    O que você achou do desempenho de Alckmin?


    "A minha candidatura tem interesse público e interesse partidário. Público, porque nosso partido tem uma folha de serviços prestados ao país, como o presidente Fernando Henrique Cardoso, que trouxe o Real, com Mário Covas e José Serra. É mais do que natural que o PSDB queira ter uma cidade como São Paulo sob seu comando. Até mesmo porque foi o PSDB quem ganhou aqui", completou Geraldo Alckmin.


    Questionado sobre a contradição de o governador José Serra manifestar apoio aos dois candidatos, Alckmin afirmou que continuará apoiando Serra. "É preciso não manipular a opinião pública. Kassab apoiou o Pitta, o Maluf, agora, está ao lado de Quércia. E quer se passar por tucano? O partido é uma família", defendeu.

    • João Wainer/Folha Imagem

      Na platéia, aplausos e cochilos


    Já sobre afirmação que teria sido feita pelo presidente do PSDB, de que o partido apóia Kassab, Alckmin afirmou: "Eu nunca ouvi o Sérgio Guerra dizer isso. Nunca ouvi. Agora, nós não criamos um partido virtual, nós criamos um partido real. Aliás, muito pelo contrário. Partido tem fidelidade partidária. Agora, essas pessoas, e são muito poucas, não defenderam essa posição na convenção. Elas são usadas. O Kassab usa essas pessoas. Ele é dissimulado".


    Alckmin disse ainda que não vê problema em receber apoio, mas que nunca se aliou a Celso Pitta. "O PSDB sempre disputou a eleição com o PT. Como vai apoiar? Em 1994, Mário Covas ganhou a eleição. Em 1998, muita gente achava que ele ia perder. O PFL (atual DEM) apoiou o Maluf. Em 2002, eu fui candidato. Eu não vejo problema de receber apoio. O maior adversário era o Maluf. O que não é correto é minar um outro partido, ter isso como estratégia única e exclusiva", repudiou.


    Críticas

    Alckmin nega que seja aliado de Pitta e diz que passagem de ônibus é cara

    O candidato afirmou que nunca fez o caminho oposto. "Me diga uma pessoa do DEM que eu tenha procurado para fazer isso. O que está havendo hoje é uma ação permanente de intriga, dissimulada, para dividir o PSDB. E eu não estou com o Pitta, apenas o PTB me apóia. Ele (Pitta) é um mero filiado. Quem foi secretário dele, por dois anos, foi o Kassab. O que eles querem é confundir a opinião pública", afirmou.


    Opinião sobre Lula



    Sobre o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin afirmou que possui pontos positivos e negativos. "(Lula) não fez as mudanças que deveria. Reformas importantes, como a política, tributária, previdenciária, não saíram do papel. O aspecto positivo foi ele ter mantido os pilares macroeconômicos do governo Fernando Henrique. Mas agora eles estão esperando passar a eleição para aprovar mais um tributo, a CSS, vão fazer voltar o imposto do cheque, a nova CPMF. Estão quietinhos, só esperando", criticou.


    Para Alckmin, a popularidade do presidente deve-se "a um bom cenário econômico mundial". "A China cresce a mais de 10%. O Brasil tem uma força impressionante. O presidente tem uma história de vida, é um comunicador muito eficiente, tem todos os meios de acesso à população. Eu acho que o governo deixa passar o momento privilegiado para fazer reformas estruturantes. O Lula partidariza muito o governo. Ele não é o presidente do PT, é o presidente do Brasil", afirmou.

    "Discórdia"

    Alckmin chama Kassab de "dissimulado" e o acusa de tentar destruir PSDB



    Ainda segundo o candidato, "a infra-estrutura do país não avançou o suficiente". "Eu não tenho colocado essa questão, porque essa é uma eleição municipal. Essa é uma questão que vai ser discutida em 2010. Ele (Lula) que tem vindo aqui."


    Apoios no segundo turno



    "Segundo turno é outra eleição. Zera tudo. E nós vamos ganhar. Temos a menor rejeição. E eu estou fazendo campanha com menos da metade do tempo dos meus adversários. No segundo turno, o tempo é igual. Eu cresço, e o Kassab cai. Quero que estejamos todos juntos, quero o voto de todos", afirmou Alckmin.


    "Dissimulado"

    Alckmin diz que tucanos kassabistas foram cooptados por Kassab


    O ex-governador criticou também o apoio de Orestes Quércia ao adversário e negou que tenha o procurado para garantir mais tempo de propaganda eleitoral. "Não procurei ninguém. Fui procurado", disse.


    Com relação ao apoio de Serra em um possível segundo turno, Geraldo Alckmin disse que não tem dúvidas. "Não vejo nenhuma dúvida quanto à candidatura do PSDB. Se não, pra que ter partido político? E não foi nem uma disputa apertada (convenção que confirmou sua candidatura). Foi uma disputa onde nós tivemos mais de 90% dos votos. Você acha que o Serra não apóia o PSDB? Eu não acho. O fato de você fazer uma nota, porque alguém foi seu vice, é totalmente diferente de apoiar. Aliás, a prefeitura do PSDB apenas beneficia José Serra."


    Projetos



    Alckmin prometeu não aumentar impostos, não cobrar pedágio urbano, criticou o custo da tarifa de ônibus na capital e voltou a alfinetar os adversários na disputa pela prefeitura. "Com todo respeito, minha adversária (Marta) cobrou taxa de luz e não pagou a própria conta", disse. "O sistema de ônibus é caro, ineficiente e a população tem um grande desconforto. A passagem é cara porque o sistema é ineficiente", em referência à gestão Kassab.

    Cabide

    Alckmin diz que Kassab loteou cargos na prefeitura


    Ele também citou feitos como governador do Estado. "Se pegar as principais obras de São Paulo, são do PSDB. Acabar com a enchente do Tietê, com o Carandiru, onde hoje existem Fatecs, a USP na Zona Leste, quatro hospitais, o Instituto do Câncer. Na área da segurança, praticamente não tem preso em cadeia. Obras do metrô, Imigrantes, Chácara Klabin. Se, cuidando de tantos municípios, deu pra fazer tanta coisa, imagina cuidando de um só", desafiou.


    Com relação às melhorias no trânsito na cidade, Alckmin prometeu investimentos no setor, como corredores de ônibus com ultrapassagem. "Ontem, eu não usei automóvel. Fui de ônibus a um debate. Como você consegue tirar os carros se você não consegue nem entrar no ônibus?"


    O candidato ainda disse que seu governo melhorou o transporte na cidade. "Nós não investimos só no metrô, também fizemos trens. Inclusive na USP Leste, que tem uma estação na porta. A Linha 4 do metrô, com a primeira PPP (parceria-público privada) que saiu do papel do país. Deixamos com 22 obras em andamento", disse.


    Alckmin também comentou proposta de Marta Suplicy (PT), que diz que vai conseguir fazer 45 km a mais de metrô caso seja eleita. "Eu acho estranho ela colocar isso. Primeiro, não vai fazer. Quem vai fazer é o governo do Estado. Depois, ela coloca que vai ter ajuda federal, e o governo manda o orçamento com zero investimento. Eu não tenho dúvida de que o presidente Lula, independentemente de quem for prefeito, vai ajudar", afirmou.


    Alckmin ressalvou que irá continuar com projetos de outras gestões que considera bons, como os CEUs e a Lei Cidade Limpa. "É um bom projeto (o CEU). Precisa melhorar a parte pedagógica, capacitação de professor. Aliás, eu sempre tenho colocado que defendo as boas propostas. Assim como a Lei Cidade Limpa, que nós vamos continuar. Foi uma medida boa que precisa ser ampliada".


    Para a área da educação, Alckmin prometeu que, como prefeito, vai garantir que o aluno fique mais tempo na escola e disse que irá investir nos profissionais e na estrutura.


    O candidato afirmou ainda que Kassab loteou a prefeitura de cargos e transformou a gestão em um cabide eleitoral. "Depois que o Serra saiu, houve loteamento de cargo, virou cabide eleitoral", afirmou. Segundo Alckmin, membros do PSDB que apóiam o candidato à reeleição querem apenas manter os cargos.


    Por fim, à pergunta sobre que nota daria à administração de Kassab, Alckmin respondeu: "Nota para governo é o povo que dá".


    Opus Dei, aborto e Parada Gay



    Geraldo Alckmin afirmou que é favorável à atual legislação relativa ao aborto, "permitido em casos de estupro e risco de vida", e que irá continuar com a Parada Gay caso seja eleito. Disse ser cristão, depois católico, e "respeitar todo mundo que tem fé", seja da Opus Dei ou da Teologia da Libertação. Um dos maiores políticos em sua opinião foi Franco Montoro. Um grande líder, Mahatma Ghandi.

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