UOL Eleições 2008 Últimas Notícias

05/08/2008 - 12h25

Candidato chama lista da Transparência Brasil de "piada de mau gosto"

Luciane Crippa
Em São Paulo
Atualizada às 14h07

A ONG Transparência Brasil divulgou na tarde dessa segunda-feira (4) o percentual de quanto aumentou o patrimônio de candidatos às eleições de outubro, em comparação com as últimas eleições de 2006. Segundo os cálculos da ONG, a média de crescimento foi de 46%.

O UOL ouviu alguns dos candidatos, que tiveram os maiores aumentos, apontados percentualmente pelo ONG, nos últimos dois anos. Caso do deputado estadual Raul Marcelo, candidato do PSOL à Prefeitura de Sorocaba, interior de São Paulo, cujo aumento, em percentual, foi de 296,2%. "Essa é uma piada de mau gosto da Transparência Brasil. Eu tinha um carro Uno e agora tenho um Gol financiado e um apartamento financiado", comenta ele, cujo patrimônio passou de R$ 26 mil para R$ 103 mil. "O pessoal da ONG tinha que ter mais critério. Até um desempregado consegue financiar um apartamento. Agora torço para que esse dado não seja utilizado pelos meus adversários", completa.

Outro que criticou duramente a lista da ONG foi o deputado Orlando Morando, candidato tucano à Prefeitura de São Bernardo, no Grande ABC, cujo patrimônio evolui de R$ 993.519,63 para R$ 1.397.720,00, o que dá, em percentual, 40,7% de crescimento.

"O engraçado é que essa lista não mostra a evolução de patrimônio de todos os candidatos. Aqui em São Bernardo mesmo, tem um candidato que já foi ministro e declara que não tem bem, nem conta corrente e ninguém mostra o quanto evoluiu o patrimônio dele", diz, fazendo referência a Luiz Marinho, o candidato petista na disputa, e que já foi ministro da Previdência. "Sou deputado, ganho bem. Além disso, também tenho uma empresa, e declaro meus rendimentos também como empresário", disse Morando. "O que eu posso falar é que meu patrimônio cresceu porque administro bem o meu dinheiro", comentou.

Luiz Marinho, por meio de sua assessoria de imprensa, respondeu que Morando "não consegue explicar o crescimento de seus bens e por isso usa essa tática de atacar os adversários". A assessoria também informou que os bens do candidato estão declarados em conjunto com sua esposa. Segundo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os bens são 1/3 de um terreno, R$ 21.400,97, em conta corrente, e R$ 1.107,76, de um título de capitalização.

Questionado sobre as críticas dos políticos citados na lista, Claudio Weber Abramo, diretor executivo da Transparência Brasil, disse que a idéia foi citar apenas os candidatos que têm cargo eletivo, ou seja, vereadores, senadores e deputados. "Se o indivíduo ocupa cargo público, quer se candidatar e não quer ver o seu nome na lista, problema dele", disse Abramo.

Ele alega que o patrimônio dos candidatos é informação pública. "Se um candidato ficou incomodado que o nome dele está na lista, e o de seus adversários, não, sugiro que encontrem esses dados da evolução patrimonial (do adversário) e divulguem em suas campanhas", sugere. "As pessoas que ocupam funções públicas não têm direito à privacidade e eles não gostam disso", finaliza Weber Abramo.

Veja mais notícias de eleições na cidade de São Paulo - SP

Compartilhe:

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Mais notícias

    Hospedagem: UOL Host
    Atualizada às 14h07 %>