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19/10/2008 - 23h20

Em Salvador, João Henrique diz que governo estadual é "lerdo"; Pinheiro fala que prefeito não tem comando

Manuela Martinez
Especial para o UOL
Em Salvador
A briga entre PMDB e PT pela Prefeitura de Salvador ganhou novos rumos na noite deste domingo (19), durante debate promovido pela TV Itapoan (Record). A oito dias das eleições, o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) elevou o tom das acusações contra o governo do Estado, que é comandado pelo PT, partido que o ajudou a ser eleito em 2004. O prefeito disse que o governo é "lerdo". O seu adversário no segundo turno, o deputado federal petista Walter Pinheiro, defendeu o governador Jaques Wagner das acusações, disse que João Henrique não tem "pulso e comando" e que não concedeu a licença para construir um hospital na periferia da capital baiana.

Durante o debate, João Henrique citou o futebol para exemplificar a "lerdeza" do governo estadual. "Por que o Bahia enfrentou o Corinthians em Feira de Santana e não em Salvador? Porque o governo é lerdo e não concluiu as obras de reconstrução do estádio de Pituaçu", disse. "Se o prefeito tivesse concedido a licença para as obras do estádio com mais rapidez, certamente, os torcedores do Bahia não teriam de viajar para acompanhar o seu time de coração", retrucou Pinheiro.

Walter Pinheiro disse também que João Henrique não "tem comando" e criticou as alianças feitas pelo prefeito para disputar o segundo turno. "As alianças, às vezes, vão mudando o comportamento das pessoas, João Henrique não está num bom caminho", afirmou o petista, em referência aos apoios dados pelo ex-governador Paulo Souto (DEM), o senador César Borges (PR) e o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) para o peemedebista. "Nós varremos este grupo do poder em 2006 e, agora, todos estão com João." Por sua vez, João Henrique também criticou o apoio dado pelo tucano Antonio Imbassahy, que disputou o primeiro turno, a Pinheiro. Momentos antes, o petista disse que o tucano era "gente do bem".

"Quero saber se gente do bem demite 5.000 funcionários e não paga o FGTS, quero saber se gente do bem persegue camelôs, quero saber se gente do bem manda a polícia bater em estudantes." Pinheiro respondeu criticando o peemedebista. "O senhor trocou gente de bem pelo DEM".

Ao ser indagado sobre o apoio dado pelo PMDB ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à administração do governador Jaques Wagner (PT), Walter Pinheiro disse que isto se deve às habilidades dos dois políticos. "O que o deputado Walter Pinheiro precisa saber é que a maior obra física do governo federal é a transposição do rio São Francisco, que o presidente Lula confiou ao competente ministro Geddel Vieira Lima, que é do PMDB", respondeu João Henrique.

Em seguida, o prefeito fez outra crítica direta ao governador Jaques Wagner, ao perguntar por que alguns postos de saúde localizados na periferia de Salvador não funcionam por falta de médicos e outros profissionais especializados. "Os postos estão funcionando, mas, em alguns casos, os médicos e outros profissionais não querem trabalhar porque falta segurança. E segurança pública é dever do Estado. Vou mandar a lista dos postos onde não há segurança para o governador para pedir policiais na porta dos postos", disse JOão Henrique. Pinheiro rebateu dizendo que o governo entregou quaro postos à prefeitura e que João Henrique nunca havia falado antes sobre problemas relacionados à segurança.

O prefeito também voltou a bater forte no governo estadual ao ser perguntado por Pinheiro sobre uma dívida da prefeitura. "Consultei o Siafi [Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal] e vi que a prefeitura está devendo. Por favor, prefeito, resolva esta dívida até dezembro porque quero assumir a prefeitura sem problemas."

João Henrique respondeu: "Eu também consultei o Siafi e vi que o governo estadual, que é comandado pelo PT, está devendo. Então, o senhor acha que o governador Jaques Wagner é incompetente?".

"O meu adversário só sabe transferir problemas, não sabe solucionar nada. A qualquer problema que aparece, ele transfere as responsabilidades. Isso não é papel de um prefeito", afirmou Pinheiro, em sua réplica.

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