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17/10/2008 - 10h48

Acusações de "amnésia" e "panelinha" marcam debate tenso em Salvador

Manuela Martinez
Especial para o UOL Eleições
Em Salvador
No mais acalorado debate das eleições para a Prefeitura de Salvador, o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) disse que o deputado federal, e seu adversário, Walter Pinheiro (PT) tem "amnésia" e não possui experiência administrativa. Em sua replica, o petista também bateu "forte" no seu adversário e acusou João Henrique de se aliar a políticos que a Bahia "varreu em 2006", como os ex-governadores Paulo Souto (DEM) e César Borges (PR), e o deputado federal ACM Neto (DEM), que disputou o primeiro turno das eleições.

Promovido pela TV Bandeirantes e realizado na noite desta quinta-feira (16), o debate teve momentos tensos. Em um dos blocos, Walter Pinheiro disse que a prefeitura estava trabalhando para impedir o Estado de construir um hospital na periferia da cidade, prejudicando "milhares de pessoas". João Henrique elevou o tom da voz e reagiu à insinuação: "Não concedemos a licença para a construção porque o Estado não apresentou toda a documentação necessária. Se o governo apresentar toda a documentação amanhã (sexta, 17), eu assino a licença", afirmou João Henrique.

Depois, o peemedebista deu a entender que o PT teria sabotado a sua administração - o partido ficou 40 meses aliado com João Henrique e o rompimento aconteceu somente em março, quando a legenda resolveu lançar candidato próprio à sucessão municipal. "A cidade não pode parar para viver uma aventura", disse o peemedebista. Pinheiro, em sua resposta, afirmou que João Henrique precisa reconhecer os erros de sua administração. "É muito importante que o prefeito assuma essa atitude. Nossos secretários trabalharam bem e foram inclusive elogiados por ele."

Em seguida, Walter Pinheiro disse que a prefeitura não acompanhava a fiscalização de recursos encaminhados ao município e acrescentou que existiam duas prestações de contas em atraso. "Estou vendo que o meu adversário não tem nenhuma experiência administrativa. A prefeitura somente pode prestar contas quando as entidades que receberam os recursos o fizerem", respondeu João Henrique.

Ao ser indagado sobre o apoio recebido do deputado federal ACM Neto e dos ex-governadores Paulo Souto e César Borges, que construíram as suas carreiras políticas sob a liderança do senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), o prefeito defendeu os três políticos e acrescentou que eles têm muito a acrescentar para o desenvolvimento da cidade. "Agora, o senhor não tem como explicar os apoios recebidos do ex-prefeito Antonio Imbassahy, do radialista Raimundo Varela e do bispo Márcio Marinho, da Igreja Universal do Reino de Deus", replicou o peemedebista para Pinheiro. Imbassahy (PSDB) disputou o primeiro turno, Varela (PRB) apoiou ACM Neto e Márcio Marinho (PR) foi o candidato a vice na chapa do democrata.

Após afirmar que o deputado Pinheiro "tem ciúme" de suas obras em parceria com o presidente Lula, João Henrique disse que tem "um projeto de Deus, um propósito de Deus" para governar a cidade. "Vou fazer um governo de quatro anos e não apenas de quatro meses, como a atual administração fez", retrucou Pinheiro.

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