As eleições municipais deste ano na Bahia estão corroendo aos poucos a aliança firmada entre PT e PMDB para a eleição de Jaques Wagner ao cargo de governador em 2006. Com candidatos nas principais cidades-pólo do Estado, as legendas ainda não conseguiram se entender e travam desde o início deste ano uma guerra de bastidores que já avança e ameaça a relação entre o chefe do Executivo e o principal líder peemedebista, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima.

Em retaliação ao comportamento da Executiva Estadual do PT, o PMDB manifestou a publicamente sua insatisfação na Assembléia Legislativa e alguns parlamentares já prometem ser contrários às propostas do governo que forem a votação na casa.

O líder do partido, que conta com nove parlamentares na base governista, Leur Lomanto Junior, disse que as situações mais complicadas são as de Salvador e Itapetinga. "Na capital, o PT entrou na justiça contra o PMDB para ter exclusividade no uso das imagens de Lula e Wagner. Já no interior o próprio governador manifestou apoio à reeleição de Michel Hage, pai da deputada estadual Virginia Hage, e mesmo assim o PT lançou candidato próprio", avalia.

Com o impasse, uma das principais propostas enviadas pelo Executivo, que é a da criação da CGE (Controladoria Geral do Estado) segue ameaçada, uma vez que o PP e o PR resolveram adotar postura "independente" na Assembléia e a oposição não admite nem a hipótese de implantação do novo órgão.

O líder do governo na Assembléia Legislativa da Bahia, deputado Waldenor Pereira (PT) minimizou o clima entre as siglas e disse que "o PMDB sempre votou favoravelmente [ao governo]. Eu não acredito nesta possibilidade porque a aliança do PT com o PMDB não se resume só ao estado da Bahia, é uma aliança nacional. Eu não acredito sinceramente, porque a ruptura desta aliança tem repercussão na aliança nacional", afirmou.

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