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23/07/2008 - 18h39

Candidatos a prefeito de olho na cobertura da imprensa em Salvador

Gabriel Carvalho
Especial para o UOL
Em Salvador
Uma série de reportagens sobre os problemas da saúde pública em Salvador, exibida no início deste mês pela TV Bahia (Afiliada da Rede Globo), foi o estopim para acirrar os ânimos do prefeito João Henrique Carneiro e do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima -ambos do PMDB - contra a cobertura jornalística da mídia local.

De acordo com a coordenação da campanha do PMDB, as matérias que também citaram supostas irregularidades no período em que Antonio Imbassahy (PSDB) era prefeito, teriam sido editadas de forma tendenciosa. "Além disso, as respostas encaminhadas pela prefeitura jamais foram publicadas", disse uma assessora do partido.

Segundo o chefe do departamento jurídico da coligação peemedebista "Força do Brasil" em Salvador, Manuel Nunes, "já estão sendo recolhidas 'provas' de reportagens tendenciosas que serão apresentadas ao Ministério Público Estadual, Tribunal Regional Eleitoral e entidades ligadas à transparência nos meios de comunicação".

O advogado do comitê de João Henrique afirmou ainda que o principal beneficiado pela imprensa local é o candidato do DEM à prefeitura, ACM Neto.

Na semana passada, o ministro Geddel Vieira Lima acenou para uma possível conversa com a cúpula da Rede Globo, no Rio de Janeiro, mas desistiu após o encerramento da série de reportagens.

As críticas dos partidários de João Henrique não estão restritas à Rede Bahia, que também possui emissoras de rádio e o jornal "Correio da Bahia". Outro alvo dos peemedebistas é o complexo capitaneado pela Igreja Universal do Reino de Deus, que reúne uma emissora da Rede Record, a Radio Sociedade da Bahia -uma das principais emissoras AM da cidade- e outros veículos menores na área de radiodifusão.

A Igreja tem na política o bispo e deputado federal Márcio Marinho (PR), candidato à vice na chapa dos Democratas, enquanto que a Record Bahia possui em seu quadro de apresentadores o radialista Raimundo Varela, primeiro colocado nas pesquisas de intenções de voto até desistir da candidatura e declarar apoio ao deputado ACM Neto.

O ex-prefeito e candidato do PSDB nas eleições municipais de Salvador, Antonio Imbassahy, disse que está atento não apenas às coberturas feitas pela Record e Rede Bahia, como também aos programas de outros veículos. "Nossa equipe está monitorando as rádios, TVs e jornais para saber de tudo o que está sendo divulgado neste ano eleitoral", afirmou.

Sem citar nomes, o petista Walter Pinheiro defendeu a regulamentação dos meios de comunicação. Segundo ele, muitos programas se associam com a imagem de candidatos, "promovendo a corrupção da consciência". Ainda confirme Pinheiro, "os programas e reportagens precisam ser informativos e ter cuidado para não prejudicar erroneamente a imagem das pessoas, sejam elas do meio político ou não".

O diretor de jornalismo da Record Bahia, Roberto Quirino, rebateu as críticas do PMDB e afirmou que Varela sempre cumpriu todas as regras da Record. "O que ele faz da porta da emissora para fora não é responsabilidade da empresa. Assim como todo profissional, o comunicador também tem o direito de expressar seus pontos de vista", disse.

Roberto Quirino afirmou ainda que, por decisão do Departamento de Jornalismo da Record, Raimundo Varela não participará das rodadas de entrevistas com os candidatos à sucessão municipal, de 11 de agosto a 26 de setembro, nem do debate previsto para o dia 28 de setembro. O programa que colocará frente a frente os candidatos à Prefeitura de Salvador deve ser mediado por um profissional da rede.

Já o diretor de jornalismo da TV Bahia, Roberto Appel, disse por telefone que só atenderia à reportagem do UOL pessoalmente. Em novo contato para agendar a entrevista, um funcionário da emissora disse que o jornalista retornaria em instantes, o que não ocorreu até o fechamento desta reportagem.

A assessoria de comunicação de ACM Neto, por sua vez, informou que o candidato do DEM só vai utilizar rádio e televisão para promover sua campanha a partir do início do horário eleitoral.

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