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26/10/2008 - 20h09

Após derrota, Gabeira afirma que poderá andar de bermuda e chinelos

Diana Britto
Especial para o UOL
No Rio de Janeiro

Assista à declaração de Gabeira


    Depois da disputa acirrada pela prefeitura do Rio de Janeiro, que terá como prefeito Eduardo Paes (PMDB), o adversário na disputa, Fernando Gabeira (PV), agradeceu os votos dos cariocas e afirmou neste domingo (26) que, como não será o prefeito, poderá andar de bermuda e chinelos na cidade.

    "Mesmo não tendo ganho, vou continuar lutando contra os problemas do Rio, principalmente contra a dengue. Inclusive, poderei andar de bermuda e chinelos, porque não serei o prefeito", disse Gabeira, que adiantou que pretende telefonar para o candidato eleito ainda esta noite para dar os parabéns.

    "Foi uma longa campanha, quero dizer inicialmente que vou telefonar para o Paes e que estou muito agradecido ao povo do Rio. Fui apenas um voluntário do povo", afirmou.

    Gabeira também afirmou que, embora não tenha ido votar na cidade, Caetano Veloso está "perdoado". "Acho que ele fez tanta coisa por mim. Imagino que deva ter acontecido alguma coisa para que ele não tenha vindo. Ele está perdoado e amado sempre", finalizou, acrescentando que não tem planos para futuras competições políticas: "Não penso em candidatura, penso na vida. Às vezes, a vida me empurra para candidaturas".

    Visão suburbana



    Por apenas 2% dos votos (a menor diferença da história do município), Gabeira saiu derrotado neste domingo (26), mas disse não acreditar que a culpa tenha sido das declarações que deu durante a campanha sobre a vereadora mais votada do Rio, Lucinha do PSDB. Ele comentou que "a imprensa não agiu corretamente" ao roubar fragmentos de sua conversa telefônica, na qual disse que Lucinha teria uma "visão suburbana" sobre o aterro sanitário de Paciência, na zona oeste.

    "Nós fizemos um limão com a limonada. A Lucinha ficou muito indignada com a campanha negativa que fizeram e se transformou numa guerreira para que nós avançássemos muito na zona oeste, então nesse sentido não me atrapalhou. Em relação à mídia há uma tendência, porque a frase não foi declarada, ela foi roubada numa ligação. Eu acho que nesse caso específico os fins não justificaram os meios", afirmou.

    Campanha suja



    O candidato verde ainda lamentou o que classificou de "campanha suja" do adversário do PMDB. "Não tenho elementos para dizer se a campanha suja influenciou ou não. Já tinha até esquecido isso, quando soube hoje da apreensão de panfletos e desvio de merenda escolar. Podem de tudo contra mim, mas desviar merenda escolar para a boca-de-urna é fora de tudo o que eu aceito", criticou.

    Gabeira afirmou que não vai contatar o TRE para reverter o resultado devido a campanha ilegal de seu adversário, mas vai pedir que o caso seja apurado. "Não é possível que um país aceite que se use merenda escolar na boca-de-urna e não se apure. Qualquer outro país do mundo apuraria e colocaria algumas pessoas na cadeia", disse.

    Crise financeira



    Gabeira também disse estar preocupado com o futuro da cidade por causa da atual crise financeira no mundo. "O prefeito que entra tem uma situação orçamentária muito delicada, muito estreita. Entra num momento em que o governo federal no qual ele pretende se apoiar também está prestes a fazer cortes no orçamento e, sobretudo, no momento que a crise internacional já atingiu o Brasil e começa a apresentar os seus efeitos em setores como a construção civil", argumentou.

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